É um facto incontornável, em três anos, o Alive tornou-se o grande festival citadino nacional. Depois do ano de arranque em que teve de ombrear (e no meu entender, sair vencido) com o melhor SBSR de sempre, nos últimos dois anos a concorrência foi simplesmente arrasada, tendo de sofrer downgrades para não sucumbir, deixando o Alive assumir o papel de grande festival de Lisboa. Apesar disto, não é o festival perfeito e, na minha opinião, há alguma (para não dizer muita) coisa a melhorar. Por isso, Sr. Covões saque lá do bloco de notas e comece a escrever, que consultoria festivaleira sénior é algo que se paga a peso de ouro, mas como eu hoje estou uns mãos largas…
1º - Acessibilidades
A parceria com a CP e a proximidade da Estação de Algés (comboios, táxis e autocarros) são mais valias fundamentais e praticamente resolvem a questão para os que vão de transportes públicos. Já para quem vai de carro, o cenário é o oposto. O Alive é o pior festival para se ir de carro, sendo que esta opção acaba sempre por se traduzir em voltas e voltas para estacionar, na maior parte dos casos em transgressão e bem longe da entrada. Penso que deveria ser articulado com as entidades responsáveis (APL, Câmara, etc.) uma solução (mesmo que paga) para o estacionamento automóvel. Por exemplo, poderiam ser aproveitadas zonas de estacionamento em Belém, Algés ou Estádio Nacional e criados shutles de ligação ao festival.
2º - Acesso
Outra que não há volta a dar. O Alive é o pior festival para se entrar e é-o por larga margem. Um festivaleiro demora mais tempo a entrar no Alive que um paquistanês num voo para Nova Iorque. Será que é pela segurança? Não, não é. Se quiser entrar com um faqueiro de cozinha ou com um tapperware de haxixe entrará sem problemas. O objectivo parece ser mesmo levar as pessoas a perder tempo. Aquelas passagens de meio metro, controladas por um ou dois seguranças, por onde punham milhares de pessoas a passar eram autênticas aberrações no que se refere à logística de acesso. Relativamente a esta questão, acho que nem é preciso dizer como se deve fazer. A concorrência está muito melhor neste aspecto, é só uma questão de ir ver como se faz e fazer igual.
3º - Recinto
O recinto é plano e está numa zona ventosa. Quanto a isto nada a fazer. Já a área em terra batida devia ser objecto de mais atenção, pois quando se levanta vento é penoso circular e, principalmente, estar na zona dos comes-e-bebes. Penso que se poderia melhorar este problema espalhando gravilha, ou outro material, ou em último recurso com aspersão periódica de água.
4º - Palco Super Bock
Curto e grosso: o som deste palco é uma caquinha. Tratem disso!
5º - WC
No caso dos homens, os urinóis estavam muito afastados do palco principal tornando em certos casos inevitável a “mijadinha fora do penico”.
6º - Excesso de oferta musical
Esta admito que é um pouco paradoxa e tem a ver mais com uma opinião pessoal, mas se dois palcos já representam música a mais, três palcos então é um verdadeiro atentado. Poluições sonoras à parte (que eu já dou de barato), penso que hoje em dia, com a oferta musical em rádio, televisão e principalmente internet, o ouvinte de música, tirando a franja do metal, tem um leque de abrangência muito grande, sendo normal gostar-se de vários estilos de música (pop, rock, electrónica e suas subvariantes). Deste modo, a divisão entre dois palcos de bandas de renome, mesmo que de estilos diferentes, acaba por se traduzir na velha máxima “ter mais olhos que barriga”, neste caso “mais olhos que ouvidos”. Para mim, foi especialmente penoso estar a ouvir Placebo e saber que estava a perder um concerto de Fischerspooner, ou então, estar a ouvir The Kooks sabendo que estava a perder Hadouken!, idem para Metallica / Cristal Castles. Aqui talvez me possam dizer: “Deixa-te disso que isto é assim em todo lado!”. Talvez, mas mais uma vez tenho de mencionar o SBSR 2007 (perfeito em termos musicais) ou então o formato soundclash utilizado pela Vodafone no seu evento musical, que quanto a mim aproveitam melhor a potencialidade das bandas participantes. Para aqueles que eventualmente não gostam de uma ou outra banda desta “oferta única”, há toda a oferta não-musical proporcionada pelo festival e é mesmo por aqui que vou começar a referir os pontos positivos do Alive.
1º - Oferta não-musical
Muito bom. Pode melhorar mas já é sem dúvida muito positiva. Desde os comes-e-bebes com zona de bancos e mesas, às lojinhas de discos, roupa e merchandising, passando pelas actividades dos patrocinadores, às exposições, à fanzone, o Alive pode gabar-se de ser, mais do que um evento musical, um evento de entretenimento.
2º - Som do palco principal
Tirando algumas falhas, notórias em Black Eyed Peas e The Prodigy, o som e as luzes deste palco estiveram muito bem.
3º - Bengaleiro para capacetes
Excelente ideia. Podia era estar melhor sinalizada para não acontecer chegar-se à última barreira e mandarem-nos para trás para deixar o capacete, tendo depois de ir para o princípio da fila.
4º Caixotes do lixo
Em número mais que suficiente e a apostar na diferenciação da recolha para reciclagem, o que conjugado com um bom serviço de limpeza resultou num recinto de um modo geral limpo.
Podia ainda dar meia dúzia de sugestões de melhoria mas este post já vai muito longo e como disse, a consultoria festivaleira sénior paga-se bem. Fico-me então por aqui e para o ano há mais.
1º - Acessibilidades
A parceria com a CP e a proximidade da Estação de Algés (comboios, táxis e autocarros) são mais valias fundamentais e praticamente resolvem a questão para os que vão de transportes públicos. Já para quem vai de carro, o cenário é o oposto. O Alive é o pior festival para se ir de carro, sendo que esta opção acaba sempre por se traduzir em voltas e voltas para estacionar, na maior parte dos casos em transgressão e bem longe da entrada. Penso que deveria ser articulado com as entidades responsáveis (APL, Câmara, etc.) uma solução (mesmo que paga) para o estacionamento automóvel. Por exemplo, poderiam ser aproveitadas zonas de estacionamento em Belém, Algés ou Estádio Nacional e criados shutles de ligação ao festival.
2º - Acesso
Outra que não há volta a dar. O Alive é o pior festival para se entrar e é-o por larga margem. Um festivaleiro demora mais tempo a entrar no Alive que um paquistanês num voo para Nova Iorque. Será que é pela segurança? Não, não é. Se quiser entrar com um faqueiro de cozinha ou com um tapperware de haxixe entrará sem problemas. O objectivo parece ser mesmo levar as pessoas a perder tempo. Aquelas passagens de meio metro, controladas por um ou dois seguranças, por onde punham milhares de pessoas a passar eram autênticas aberrações no que se refere à logística de acesso. Relativamente a esta questão, acho que nem é preciso dizer como se deve fazer. A concorrência está muito melhor neste aspecto, é só uma questão de ir ver como se faz e fazer igual.
3º - Recinto
O recinto é plano e está numa zona ventosa. Quanto a isto nada a fazer. Já a área em terra batida devia ser objecto de mais atenção, pois quando se levanta vento é penoso circular e, principalmente, estar na zona dos comes-e-bebes. Penso que se poderia melhorar este problema espalhando gravilha, ou outro material, ou em último recurso com aspersão periódica de água.
4º - Palco Super Bock
Curto e grosso: o som deste palco é uma caquinha. Tratem disso!
5º - WC
No caso dos homens, os urinóis estavam muito afastados do palco principal tornando em certos casos inevitável a “mijadinha fora do penico”.
6º - Excesso de oferta musical
Esta admito que é um pouco paradoxa e tem a ver mais com uma opinião pessoal, mas se dois palcos já representam música a mais, três palcos então é um verdadeiro atentado. Poluições sonoras à parte (que eu já dou de barato), penso que hoje em dia, com a oferta musical em rádio, televisão e principalmente internet, o ouvinte de música, tirando a franja do metal, tem um leque de abrangência muito grande, sendo normal gostar-se de vários estilos de música (pop, rock, electrónica e suas subvariantes). Deste modo, a divisão entre dois palcos de bandas de renome, mesmo que de estilos diferentes, acaba por se traduzir na velha máxima “ter mais olhos que barriga”, neste caso “mais olhos que ouvidos”. Para mim, foi especialmente penoso estar a ouvir Placebo e saber que estava a perder um concerto de Fischerspooner, ou então, estar a ouvir The Kooks sabendo que estava a perder Hadouken!, idem para Metallica / Cristal Castles. Aqui talvez me possam dizer: “Deixa-te disso que isto é assim em todo lado!”. Talvez, mas mais uma vez tenho de mencionar o SBSR 2007 (perfeito em termos musicais) ou então o formato soundclash utilizado pela Vodafone no seu evento musical, que quanto a mim aproveitam melhor a potencialidade das bandas participantes. Para aqueles que eventualmente não gostam de uma ou outra banda desta “oferta única”, há toda a oferta não-musical proporcionada pelo festival e é mesmo por aqui que vou começar a referir os pontos positivos do Alive.
1º - Oferta não-musical
Muito bom. Pode melhorar mas já é sem dúvida muito positiva. Desde os comes-e-bebes com zona de bancos e mesas, às lojinhas de discos, roupa e merchandising, passando pelas actividades dos patrocinadores, às exposições, à fanzone, o Alive pode gabar-se de ser, mais do que um evento musical, um evento de entretenimento.
2º - Som do palco principal
Tirando algumas falhas, notórias em Black Eyed Peas e The Prodigy, o som e as luzes deste palco estiveram muito bem.
3º - Bengaleiro para capacetes
Excelente ideia. Podia era estar melhor sinalizada para não acontecer chegar-se à última barreira e mandarem-nos para trás para deixar o capacete, tendo depois de ir para o princípio da fila.
4º Caixotes do lixo
Em número mais que suficiente e a apostar na diferenciação da recolha para reciclagem, o que conjugado com um bom serviço de limpeza resultou num recinto de um modo geral limpo.
Podia ainda dar meia dúzia de sugestões de melhoria mas este post já vai muito longo e como disse, a consultoria festivaleira sénior paga-se bem. Fico-me então por aqui e para o ano há mais.
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