segunda-feira, 30 de abril de 2007
Os impontuais
O dia começou com uma acção de formação. Na agenda: Parque das Nações – 09:30. 9:25, entro na sala da dita. Lá dentro um dos formadores. Penso: “50%. Nada mau.” Sento-me a ler o jornal. Até às 09:30 chega só mais um colega. Deviam lá estar 14 e 2 formadores. A pouco e pouco, e num período que se estende por quase meia hora, chega o restante quorum.
Mais uma vez confirmo que a falta de pontualidade é hoje, mais do que uma moda, uma arte. Forma de identificação e afirmação, popular e urbana. Gente que é gente, chega atrasada. E isto aplica-se tanto ao electricista que vem reparar a avaria, como ao engenheiro que marcou a reunião de obra… Alguém disse médicos?
Com a democratização da arte de chegar atrasado, veio também a massificação. Se antigamente a falta de pontualidade era um luxo aristocrático, utilizado segundo código deontológico para assegurar a diferenciação das classes, hoje em dia, qualquer borra-botas se dá ao direito de pregar secas ao parceiro. Por parceiro leia-se: otários démodés como eu.
Para combater a descaracterização e a falta de charme decorrente da popularização do atraso, surgiram várias escolas, cada qual com os seus conceitos estéticos aplicáveis à impontualidade e sua respectiva justificação. Hoje, enquanto esperava pelos restantes colegas de formação, tive oportunidade de identificar impontuais representantes de algumas dessas escolas. A saber:
O naturalista
Chegar atrasado tornou-se um acto tão natural que não necessita ser justificado. Para ele, 15 minutos nem são considerados atraso. Chega e senta-se em silêncio.
O minimalista
Muito semelhante ao caso anterior, divergindo apenas numa curta frase que profere secamente enquanto se senta: “Peço desculpa pelo atraso”.
O naïf
Reconhece-se pela falta de consistência da desculpa para o atraso. Quando chega anuncia: “Desculpem lá, mas o trânsito estava impossível”. Passados 15 minutos, em conversa de encher chouriços a que se recorre para passar o tempo enquanto se espera por outros ainda mais atrasados, descai-se: “Epá, isto hoje com a ponte estava impecável. Demorei 10 minutos de casa até aqui”.
O plagiador
Não tem originalidade na falta de pontualidade, pelo que requer sempre alguma obra que lhe sirva de modelo: “Eu até costumo ser pontual, mas hoje vim de boleia com ele, e este gajo é sempre a mesma coisa”.
O realista
Escarrapacha-nos com a realidade em todo o seu esplendor: “Estava tão bem na cama”.
O impressionista
Para este, o retrato fiel da realidade não interessa, e na desculpa não se devem utilizar contornos definidos: “Epá vocês nem sabem o que me aconteceu!”. Depois de estar toda a gente a olhar para ele com cara de “vá, conta lá”, remata: “Bom agora também não interessa, vamos lá começar com isto, que já estamos atrasados”.
O surrealista
Reinventa uma realidade, muitas vezes satírica, através da desconstrução dos conceitos: “Se por causa dos atrasos, a formação começou mais tarde, proponho que acabe mais cedo”.
E agora tenho de ir que já estou atrasado.
domingo, 29 de abril de 2007
World Press Cartoon 2007
Cartoons editoriais, caricaturas e desenhos de humor são um espaço crítico único e insubstituível da imprensa. São um instrumento de opinião privilegiado, que abre horizontes universais da crítica social e política pela imagem.
Vale a pena visitar.
Me and my big mouth
- Olá pai!
- Portaste-te bem em casa da avó?
- Sim, portei! Onde é que vocês foram?
- Fomos ver uns senhores a cantar.
- Como é que se chamavam os senhores?
- Scissor Sisters.
- Ah! Eu vou ver Arcade Fire!
Raíces @ Teatro Sá da Bandeira
Onde: Teatro Sá da Bandeira - Santarém
Quando: 28/04/2007 - 21:45
O quê: Dançaram comó caraças.
Em três palavras: De puta madre!
sábado, 28 de abril de 2007
28 de Abril sempre
Hoje, é o Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho. É uma data que diz pouco à maior parte das pessoas. Era uma data que não me dizia absolutamente nada. De há uns anos para cá que assim deixou de ser, pelos piores motivos.
Uma instrução comunicada como tantas outras. Alguém que a recebe e retransmite como tantas vezes. Um outro que a vai executar. E algumas horas depois, um telefonema, onde nos dizem que aquele nosso colega morreu.
Independentemente das situações, quando se vão apurar as causas, mais cedo ou mais tarde, esbarra-se sempre naquela pergunta que não tem resposta. Mas porquê?
A segurança no trabalho é antes de tudo uma atitude. E isto aplica-se tanto ao pedreiro nas obras, como ao administrativo no gabinete. Não adiantam medidas preventivas, formações, capacetes, filtros ou coletes, se não houver a consciência de que tudo depende essencialmente de nós próprios. E em certos trabalhos, ignorar isto, por um segundo que seja, pode ser fatal.
Scissor Sisters @ Coliseu dos Recreios
Com a abertura das portas teve início a actuação do Sammy Jo, DJ que tem acompanhado os Scissors nesta digressão. Misturando electro e house animou os convivas que a pouco e pouco iam entrando e compondo o recinto.
Seguiram-se os Loto, a banda de Alcobaça, que veio mostrar o seu último álbum Beat Riot, o qual contou com a participação do guitarrista dos Scissors Sisters, numa das faixas. Não chegaram a entusiasmar mas cumpriram o seu papel. Entre os Loto, e os Scissor, nova actuação de Sammy, desta feita num registo menos ortodoxo, mas cheio de impacto. Recordo a passagem de electro para Enter Sandman dos Metallica, e mais tarde, algo semelhante com o Blue Monday dos New Order. Por mim, tinham dado umas luzes apropriadas ao rapaz, um pouco mais de punch no som e os Scissor até podiam ter demorado mais uma ou duas horitas. Mas não, passava pouco das 10, quando Jake Shears, Ana Matronic, Del Marquis (guitarra), Babydaddy e Paddy Boom subiram ao palco. Contrastando com a pose mais recatada dos músicos, Jake e Ana entraram logo na desbunda. Ao ver aqueles dois em palco (principalmente o Jake) fica-se a pensar: “Porra, os gajos assaltaram o camião da Red Bull”. E é essa energia que acaba por passar para a plateia, apesar de ter achado que ontem houve muitas frangas que não se soltaram completamente, apesar de temas como Comfortably numb, I can’t decide, Tits on the radio, e outros que tais. Já no encore, e para um final apoteótico, Take your mama out e o inevitável I don’t feel like dancing.
Duas notas de destaque:
Pela positiva, duas meninas de cerca 10 anos, aparentemente estrangeiras, que num dos camarotes deram um espectáculo de dança e boa disposição. Vestidas a rigor (t-shirts cor-de-rosa com o logo dos Scissor), pularam, dançaram e curtiram como ninguém aquele espectáculo.
Pela negativa, o som que não estando mal de todo, falhava principalmente na inteligibilidade das vozes e o pessoal a fumar, apesar da sinalética e dos vários avisos dos porteiros.
Resumindo: Gostei muito, e não dou por mal empregue o dinheiro gasto apesar de ir repetir a dose em breve. Agora resta esperar pelo 2º assalto no SBSR.
Como não filmei nem fotografei nada (o objectivo era mesmo dançar) fica aqui um vídeo de um outro colega de show.
sexta-feira, 27 de abril de 2007
Até amanhã
Estou sim... É o próprio... Às 15? No Rossio? Xii!!! Você arranja-me cada uma... Epá é que não dá jeitinho nenh... Espere, espere... Tudo bem. Pode ser... Não, não ficamos assim... A sério, não há problema... Pois é, só você para me cravar petiscos destes... Deixe estar. Paga uma ginginha nas Portas de Santo Antão e ficamos quites... Até logo.
Tecla vermelha
quinta-feira, 26 de abril de 2007
A Praceta
Gostava de ter escrito este post. Não escrevi. Foi o Francisco Bairrão quem escreveu, n’ Os Putos. Foi ele também que amavelmente me deu autorização para reproduzir aqui o seu texto. E diz ele:
Uma praceta e uma rua não são a mesma coisa. A praceta convoca logo um ar de paz e tranquilidade que a mera rua por si só não consegue. Além disso a praceta é também um lugar que parece esconder os mais perigosos rufias, enquanto que uma rua é incaracterística. Creio que é também consensual que as pracetas são mais comuns nos subúrbios do que nas velhas cidades.
O que a praceta tem de especial é um certo espírito umbiguista. Para o bem e para o mal. Para o bem pois a malta da praceta cria laços muito mais profundos do que aqueles que moram em ruas. Para o mal porque a malta da praceta passa a encarar o mundo como - nós, os da praceta, e eles, o resto do mundo. Não é má estratégia para alguns anos de vida mas não resiste longamente no mundo real. No entanto, para aqueles que sobrevivem à transição o passado de praceta é um recurso inestimável. Uma vida formada e desenvolvida na praceta prepara um gajo para a selva do dia-a-dia. A malta da praceta é dura, é rija. Mesmo quando se tornam em intelectuais ou assim.”
Obrigado Francisco. Saudações praceteiras.
Bolo de Morango
- O que foi filha!?
- O pai fez o bolo mais bonito do mundo!
PS - A receita foi retirada do Ervilhaz, (obrigado mais uma vez Rita) tendo apenas acrescentado a calda de morango na decoração, bem como para "ensopar" o bolo.
Calda de morango
Ingredientes
600 gr de morangos
200 gr de açúcar
200 ml de água
Preparação
Bata tudo num liquidificador. Passe por um coador de modo a remover as grainhas. Aqueça num tacho, deixando ferver em lume brando durante cerca de 15 minutos. A espessura da calda pode ser ajustada pelo tempo de fervura.
quarta-feira, 25 de abril de 2007
Estava em casa
OK, dêem-me um desconto. Eu tinha um ano e meio.
Hoje, não vou ficar em casa. Vou passear, até bem tarde, e em amena cavaqueira vou dizer mal do presidente da minha autarquia, gozarei com o diploma do Sócrates e, no carro, ouvirei Zeca Afonso.
Porquê? Porque posso.
E este post é para agradecer àqueles que há 33 anos tornaram isto possível. É para agradecer a todos os que não ficaram em casa.
terça-feira, 24 de abril de 2007
O link
Quem será o cozinheiro? Perguntava eu, naquele dia de Dezembro, ao ver uma Hora do Bolo começada por Piece of my heart na inconfundível voz de Janis Joplin. Logo aquela música que eu tenho em dose tripla no mp3. Sim, além da versão da Janis, ainda tenho a original da Erma Franklin (irmã da Aretha) e uma cover ao vivo dos Rythm Devils.
De clic em clic, lá fui parar ao Ervilhaz. Descobri também que a Rita, gerente deste blog, para além de excelentes gostos musicais, ainda tem como hobbie as guerras dos tachos e das panelas. Nem bateu no chão. Foi entrada directa para os favoritos, e leitura regular desde então.
Agora a Rita “linkou” o Blog da Praceta como “ervilhaz amigaz”. Eu “linkei” o Ervilhaz como “Outro Amigo”.
Portanto já sabem, se quiserem umas boas dicas musicais, ou culinárias, façam-lhe uma visita. Acho que ela não se vai importar.
PS – Obrigado Rita.
Parabéns Zé
segunda-feira, 23 de abril de 2007
Agenda
Quarta-Feira
Visitar a Festa do Vinho, no Cartaxo, e aproveitar para conhecer, provar e quem sabe comprar algumas novidades enófilas do Ribatejo e não só.
Soltar a franga ao som dos Scissor Sisters, no Coliseu do Recreios. As portas abrem às 21:00 e os alcobacenses Loto encarregam-se da abertura.
Sábado
Espectáculo RAICES, protagonizado por Antonio Molina “El Choro”, bailaor temperamental dotado de um zapateado potente que alia de forma magistral a técnica com a improvisação.
Domingo
Espectáculo de dança inserido nas comemorações do Dia Mundial da Dança, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra. Para Ms. Crama Jr. será a estreia como primeira bailarina no número de ballet da Academia de Dança de Azambuja, para Mrs. Crama mais uma participação no espectáculo de flamenco que junta as Academias de Dança de Azambuja, Sintra e Loures.
domingo, 22 de abril de 2007
Jacinta cantou Zeca Afonso
Já voltei, infelizmente. Se dependesse de mim, ainda estava em Santarém por esta altura, a ouvir uma Jacinta prestes a desfalecer. Caramba, que espectáculo! Bom, mas vamos lá levar isto um pouco mais a sério.
A autora de Day Dream (muito elegante, num belo vestido preto), acompanhada por Rui Caetano (piano) e Bruno Pedroso (bateria), trouxe ontem ao palco do Teatro Sá da Bandeira, a música de Zeca Afonso, como fonte de inspiração para um concerto cheio de jazz, swing e calor.
A sala estava completamente cheia, o que levou a que alguns familiares do Zeca, que não conseguiram bilhetes, tivessem de assistir ao concerto no back stage. Quem mandou não fazerem aqui como o Crama, que fez a reserva com duas semanas de antecedência?
Foram interpretadas, em versões que se estranham e depois se entranham: Adeus ó Serra da Lapa, O homem voltou, A formiga no carreiro, Era um redondo vocábulo, Cantigas do Maio, Tenho um primo convexo, Se voaras mais ao perto, A morte saiu à rua, Que o amor não me engana, Canção de embalar, De não saber o que me espera e Saudades de Coimbra; já no encore: Traz outro amigo também e o bisar de A formiga no carreiro.
Tendo assistido recentemente a um espectáculo semelhante protagonizado pela Cristina Branco, torna-se tentadora uma comparação directa entre os dois concertos. Tecnicamente, achei o som da Cristina, no São Luiz, mais equilibrado e cheio. Ontem, pareceu-me que a bateria estava um tudo-nada saliente, sobretudo em relação ao piano. Nada, felizmente, que fosse ao nível de prejudicar o prazer auditivo.
Artisticamente, julgo ser despropositado tentar estabelecer termos de comparação. São vozes diferentes, estilos distintos, apesar do jazz ter estado presente em ambos. No máximo, poder-se-á dizer que o concerto de Jacinta é menos ortodoxo. Em comum, no entanto, o facto de serem espectáculos que acabam sempre a saber a pouco. Não devido a qualquer tipo de escassez musical, mas sim porque, com a vasta discografia do Zeca, nunca há lugar para tudo o que se gostaria (e aqui penso que falo por muita gente) de ter ouvido. Paciência…
Enquanto não é publicado o CD, ou o DVD, deste projecto, fica aqui o (péssimo) registo da música De não saber o que me espera.
sábado, 21 de abril de 2007
Arroz de Coelho à Valenciana
As quantidades indicadas, que dão para cerca de 4 pessoas, são exactíssimas (o que eu não faço pelos meus leitores) mas, como é óbvio, poderão ser ajustadas, face ao paladar de cada um.
Ingredientes:
1 coelho (1,3kg)
2 dentes de alho picados
1/2 limão
80g de bacon
80g de chouriço
6 salsichas
160g de feijão verde
1 cenoura (100g)
1/2 pimento vermelho (150g)
1 dl de azeite
300cl de vinho branco
2 colheres de chá de açafrão
400 g de arroz
200 g de camarões
1 ramo de salsa
Sal q. b.
Tabasco verde q. b.
Preparação:
Limpe o coelho, corte-o pelas articulações em pedaços pequenos e tempere-os com sal, os dentes de alho picados e o sumo de limão. Retire o courato ao bacon e corte-o em fatias. Corte o chouriço e as salsichas em rodelas. Corte o feijão verde em tirinhas finas. Descasque a cenoura e corte-a igualmente, bem como o pimento. Num tacho baixo ou numa paelheira, leve ao lume o azeite com as fatias de bacon e as rodelas de chouriço. Deixe alourar levemente. Junte os pedaços de coelho e mexa até alourarem também. Acrescente o vinho, tape e deixe estufar durante 15 minutos. Dissolva o açafrão em meio litro de água e deite no tacho. Quando levantar fervura novamente, adicione o arroz. Logo de seguida, as rodelas de salsicha, as tiras de cenoura e as de feijão verde; mexa, tape e deixe cozer cerca de 5 minutos. Rectifique de sal e tempere com o tabasco a gosto. Quando o arroz estiver semi-cozido, coloque em cima os camarões e as tiras de pimento, o ramo de salsa picada e tape. Deixe acabar de cozer e sirva de imediato.
SBSR
28 de Junho
Metallica + Stone Sour + Joe Satriani + Mastodon + Blood Brothers + More Than A Thousand + Men Eater
3 de Julho
Arcade Fire + Bloc Party + Klaxons + The Magic Numbers + The Gift + Bunnyranch
4 de Julho
The Jesus and Mary Chain + LCD Soundsystem + Maxïmo Park + The Rapture + Clap Your Hands Say Yeah + Linda Martini + Mundo Cão
5 de Julho
Underworld + Interpol + Scissor Sisters + TV On The Radio + The Gossip + X-Wife + Micro Audio Waves + Anselmo Ralph
El Laberinto del Fauno
Realização: Guillermo del Toro
Produção: Guillermo del Toro, Álvaro Augustín, Alfonso Cuarón, Berta Navarro, Frida Torresblanco
Elenco: Sergi López, Maribel Verdú, Ivana Baquero, Álex Angulo, Ariadna Gil, Doug Jones, César Bea, Manuel Solo, Roger Casamayor
Nacionalidade: México / Espanha / EUA
Ano: 2006
Título em português: O Labirinto do Fauno
Classificação cramalheirística: * * * *
(mín: * - máx: * * * * *)
sexta-feira, 20 de abril de 2007
Lei das Reuniões
2 - Todos os trabalhos, nomeadamente relatórios, ofícios, cartas, e-mails, ou similares, decorrentes das reuniões mencionadas no ponto anterior terão de ser executados impreterivelmente no próprio dia.
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Sonhar, aos 3 anos
- Sonhas filha?
- Sonho!
- E sonhas com o quê?
- Não sei! Penso assim em muitas coisas!
terça-feira, 17 de abril de 2007
segunda-feira, 16 de abril de 2007
domingo, 15 de abril de 2007
Jacinta canta Zeca Afonso
Preço do bilhete: 7,5€
Mais informações: aqui.
Rescaldo
Lamentamos a impossibilidade do bar aberto, facto ao qual somos totalmente alheios, mas realmente há certo tipo de clientes, com os quais é muito difícil trabalhar. De qualquer das formas, esperamos que o jantar na Quinta da Ribeirinha, e a noite de dança na Horta da Fonte, tenham sido do vosso agrado.
Como única ocorrência desagradável da noite, realçamos aquele triste presente – algo parecido a um trapo vermelho - que ofereceram ao nosso cliente, o qual agradeceu na altura por uma questão de cortesia, mas que sabemos, irá servir para lavar o chão de sua casa, como ele próprio já nos informou. Realmente, ele há gente para tudo.
sábado, 14 de abril de 2007
Parabéns Hugo
sexta-feira, 13 de abril de 2007
É o que se quiser
Portanto, para facilitar as coisas, pedia aos convidados da festa de amanhã, que deixassem nos comentários deste post, as preferências em termos de bebidas (alcoolicas ou não) para que o Huguinho possa retribuir a generosidade dos vossos presentes, com uma noite de bar aberto.
PS - Hugo: para mim já sabes. É Cutty Sark, sem gelo.
SBSR - Última hora
Actualizando:
Act 1 - 28/06 - Metallica + Mastodon + Stone Sour + Joe Satriani + Men Eater +
Act 2 - 03/07 - Bloc Party + Arcade Fire + Klaxons + The Magic Numbers + The Gift + Bunnyranch
Act 2 - 04/07 - Maxïmo Park + LCD Soundsystem + Clap Your Hands and Say Yeah + Linda Martini + The Rapture + Jesus and Mary Chain + Mundo Cão
Act 2 - 05/07 - Interpol + Scissor Sisters + Underworld + X-Wife + TV on the Radio + The Gossip
Vá lá pessoal, que a vida são 4 dias.
quarta-feira, 11 de abril de 2007
Revisionismo
terça-feira, 10 de abril de 2007
Counting down
domingo, 8 de abril de 2007
Crónicas da Páscoa
Barco.
Princesa no gelo. O pior foi tirá-la de lá.
Serra.
Museu do Pão. Fica em Seia. Bom restaurante. Museu interessante. Para a pequenada uma visita guiada muito didática e divertida.
O melhor arroz doce. Feito com leite de cabra. Hummm. Obrigado Hermínia.
Almeida. Terra de postais. Para quem não conhece aqui ficam alguns.O mamarracho. Mais um. Ainda não conhecia. Só tinha ouvido falar. Agora sei que é verdade. Definitivamente tenho de encontrar a minha nave.
Arroz de lebre. Estava excelente. Obrigado Piri.
quinta-feira, 5 de abril de 2007
574,8 km/h
Ratada
No largo da estação olhei em redor demoradamente. Vi de que lado estava o sol, e o vento, qual o tipo de pavimento e com que género de fauna me iria embrenhar. Logo ali no meu campo de visão reconheci alguns potenciais adversários, mas ainda era cedo. Havia primeiro que localizar o meu destino, antes de me pôr por ali à toa hostilizando os locais.
Saio do largo em direcção a sul. Passados poucos metros vejo um racer de frente para mim. De imediato nos identificámos como iguais. Também de imediato verificámos que um despique estava fora de questão. O street racing tem poucas regras, mas as que existem são cumpridas com estatuto de código de honra. Carros vazios com carros vazios, carros cheios com carros cheios. Quando isto não se verifica, o que resta é uma paixão comum e uma vaga ideia de camaradagem. Interpelei-o amigavelmente: “Desculpe, podia dizer-me onde é o mercado?”. Ele explicou com o detalhe necessário. Agradeci e seguimos os nossos caminhos, cada um na sua direcção.
Ao virar uma esquina constatei que tinha acedido a uma das principais vias de acesso ao local que era o meu destino. Dezenas de potenciais adversários circulavam em ambos os sentidos numa profusão de cores e sons. Era para isto que eu aqui tinha vindo. Comparado com este ambiente, a Azambuja era um deserto. Agora sei o que deve sentir um surfista que sai de Ribeira d’Ilhas e aterra no Banzai Pipeline.
Segui o meu caminho, tentando acalmar-me do impacto com aquela confusão desconcertante. Como um leão no meio de uma manada de gnus em fuga caótica, teria de identificar e isolar a minha presa. Essa seria a primeira tarefa. Foi então que a vi, vestida de negro junto com o seu carro azul-escuro. Para quem não conhece o meio, este tipo de racers engana com o seu look de velhinha esclerosada. Na realidade são adversários temíveis e perigosos. Os seus anos de experiência transformam o carro numa extensão do próprio corpo, e as performances são normalmente surpreendentes, resultado de várias preparações ao nível da mecânica.
Aproximei-me sorrateiramente e quando estava lado a lado, olhei-a de soslaio lançando-lhe o repto: “Então, essa caliqueira não dá mais?”. O resultado foi imediato. Rapidamente cerrou as mãos aos comandos do carro, franziu o sobrolho, e reagiu acelerando rapidamente. Fui no seu encalço. É das minhas tácticas preferidas. Seguir atrás, estudando bem o adversário e pressionando-o psicologicamente. Identificar bem os pontos fracos e os fortes. Neste caso ela tinha um carro bem mais leve e ágil, mas o meu era mais potente e estável, depois ela tinha uma vantagem que poderia revelar-se decisiva. Fruto da sua condição de local, aliada àquela falsa aparência de avozinha do capuchinho vermelho, toda a gente lhe dava prioridade à passagem, enquanto eu, na condição de estrangeiro, e fruto do ar de puto mal encarado com barba por fazer, era sistematicamente barrado por peões e condutores.
Já com a meta a prenunciar-se no final da rua, desfiro o meu ataque. Aproveito o cone de aspiração e lanço-me para o meio da via na almejada ultrapassagem. Ela reage tentado albarroar-me. Espremo tudo o que a mecânica tem para dar. Os pneus protestam à medida que galgo passeios sempre a fundo. Carros e transeuntes são agora apenas pontos que passam rapidamente no meu cenário. Evito por pouco duas colisões frontais. Com a meta à vista olho para trás e constato que neste último sprint devo ter ganho uns confortáveis 10 segundos de avanço. Estaciono o meu GT imbatível, preparo a máquina fotográfica e clic: mais uma ratada para a posteridade.
quarta-feira, 4 de abril de 2007
Street racing
Foi para satisfazer esta minha paixão que eu o comprei. Nem o facto de saber que se tratava de um brinquedo perfeitamente dispensável, e supérfluo para o quotidiano familiar, me serviu de entrave. O coração falou mais alto e pode-se dizer que foi paixão à primeira vista. Desde que o vi pela primeira vez que sabia que ele tinha de ser meu.
Vermelho como todo o puro-sangue desportivo, com jantes de grande diâmetro, pneus de baixo perfil e vias alargadas. Leve e ágil graças à sua estrutura integralmente de alumínio. Enfim lindo, e potente. Com ele nunca perdi uma corrida, nunca levei uma ratada. Somos uma dupla imbatível, e estamos aqui à vossa espera.
Alguém quer lá ir?
Livrete contra livrete…
segunda-feira, 2 de abril de 2007
Disney on Ice
domingo, 1 de abril de 2007
Quiet town by night
Sessão única às 21:30, e só de quinta a domingo. Pode parecer parca a oferta, mas por mim chega.
Ontem: Scoop, de Woody Allen. Bom filme. Visionado num cinema pequeno mas honrado, com mais 14 pessoas civilizadas, daquelas que podemos designar por vizinhos.
Quando se entra na sala, desejam-se boas noites aos restantes, porque assim é que é bonito.
Os lugares são à escolha.
Por escolha, não entraram pipocas e os telemóveis não se ouviram. Aleluia!
E o bilhete? Já vos falei do preço do bilhete? Pois não. 2,5€. É isso mesmo! 2,5€ para ver a Scarlet Johansson. Acho que é imoral pedir mais (mais barato entenda-se).
Ah! É bom estar de volta ao cinema! A manter-se assim, aquele lugar D6 passa a cativo às quintas.
Já no caminho de regresso a casa, paragem no bar, para uma cervejinha… Pronto, está bem, foram mais do que uma.
A decoração simpática e arejada. A música no volume certo. O ambiente agradável e novamente à base de vizinhos. A partir da meia-noite e meia, actuação ao vivo dos 69 graus e tudo com a imperial a 1,5€.
A repetir definitivamente.
Ensopado de enguias
Nada como este tipo de pressão, quando se está a cozinhar. É que um gajo fica logo bem disposto.
O dia até tinha começado bem. Enquanto a parte feminina da família se entreteve na piscina, resolvi dar um passeio a Vila Franca de Xira. Aquela frutaria tinha-me caído no goto, e eu tinha de lá ir confirmar se a qualidade das frutas correspondia ao que aparentava da montra. Depois de confirmar que sim, que era definitivamente um local merecedor de mais visitas no futuro, resolvi roubar 45 minutos de leitura à sombra de uma das árvores do Jardim Constantino Palha, e dar um salto ao mercado municipal da auto-proclamada Sevilha portuguesa.
Inspirado pela presença do Tejo, e pela época dos peixes de rio, e como ainda havia espaço no meu carrinho GT, não resisti a umas enguias que se estavam a rir para mim.
Chego a casa e começo a preparar esta receita:
1kg de enguias
300gr de pão alentejano
5 tomates chucha
3 cebolas
3 dentes de alho
1 pimento
1 ramo de salsa
1 ramo de coentros
1 ramo de salva
4dl de vinho branco
3dl de água
1dl de azeite
100gr de margarina
5cl de vinagre
1 folha de louro
3 colheres de chá de pimentão doce
1 colher de chá de paprika
1 colher de chá de tomilho
Sal q.b.
Pimenta q.b.
Arranje e lave bem as enguias. Esfregue-as com sal grosso para tirar a viscosidade da pele. Corte-as em pedaços de aproximadamente 5cm. Tempere-as com sal grosso antes de começar a cozinhar.
Numa panela, aloure a cebola cortada às rodelas e o alho picado. Acrescente o tomate cortado às semi-rodelas e a folha de louro. Aromatize com o vinagre. 5 minutos depois acrescente o ramo de salsa picado. Tempere com o pimentão doce, a paprika, o tomilho e a pimenta. Deixe refogar um pouco e junte as enguias, envolvendo-as bem no refogado. Regue com o vinho branco e acrescente o pimento cortado às tiras. Deixe ferver em lume brando.
Entretanto, torre ligeiramente o pão cortado às fatias.
Acrescente a água de modo a ajustar os sabores e rectifique se necessário o sal. Deixe ferver novamente. Junte os ramos de coentros e salva picados muito finamente e apague de seguida. Sirva o ensopado sobre as fatias de pão torrado.
Já durante a refeição: “Então, vais repetir?”
“Epá isto assim está muito bom! Podes voltar a fazer.”
Às vezes, é bom ter razão antes do tempo.