terça-feira, 26 de junho de 2007

First we take Manhattan, then we take Berlin...

Assim que parei em frente a casa, consultei o computador. Indicava 6568km, feitos em 83 horas e 23 minutos, consumindo uma média de 5,7l/100km de combustível.
A minha maior digressão terrestre levou-me a pensar em como evoluiram as viagens feitas de carro, desde os meus tempos de miúdo. As mais longas, feitas no Verão, começavam normalmente de madrugada, muitas vezes antes do sol nascer. Era para aproveitar o fresquinho, dizia-se. Cantava-se para passar o tempo, e no lugar do pendura seguia alguém com a cabeça enterrada num mapa, tentando não enjoar por ter de conjugar a consulta com os buracos e as curvas da estrada. Mesmo assim, perguntava-se o caminho nas terrinhas, porque auto-estrada só havia até à ponte de Vila Franca, onde se pagava 25 tostões de portagem.
Parava-se para beber a água de todas as fontes e comer sandes de carne assada em Ponte de Sor, bifanas em Vendas Novas e leitão na Mealhada.
Hoje em dia, com mordomias como o GPS, ar-condicionado, radio-leitor de CD, telemóvel com ligação à internet, frigobar e DVD, para além da evolução do estado das estradas, viajar de carro está anos-luz do que era há três décadas, e vai-se a Barcelona como se ia a Almeida há 30 anos. No caminho, reserva-se o hotel, e quando dá a fome consulta-se os restaurantes disponíveis nas redondezas. Dado o conforto aproveita-se para por a leitura em dia, ver um filme, ou ouvir música como se estivéssemos em casa.
É certo que no tempo das low-costs, fazer viagens internacionais de carro sai normalmente mais dispendioso, mas a liberdade de movimentos proporcionada é uma mais valia importante para quem não gosta de programas pré-definidos, nem de estar quieto muito tempo.
Por falar nisso, deixa-me cá começar a preparar a próxima...

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