Assim que desmonto da mota, recebo um fax cerebral. Eram as pernas a informar que a energia estava no último tracinho e portanto só iam aguentar mais cinco minutos em pé. Que das três uma: ou me punha em ritmo de marcha acelerada, ou aos saltos como no concerto de Underworld, ou então me sentava, sob pena de ficar qualquer coisa plégico. Pensei: Crama, Crama, és capaz de andar a abusar um bocadinho… Nada! Posto isto, dei uma volta de reconhecimento ao recinto. Como as cadeiras lá da frente, estavam todas ocupadas, e ficar de pé nas imediações não era opção, afastei-me uns metros para trás, para junto de uns ecrãs que iriam passar as imagens do palco, e toca de sentar. Uns minutos depois estava deitado com a mochila do capacete a servir de almofada. E assim estava eu, espojado, a contemplar as estrelas por cima de mim, quando soaram os primeiros acordes de Carpe Diem. Que maravilha! Que adequado! Era mesmo disto que eu estava a precisar. Infelizmente, o meu momento zen não iria durar todo o concerto. É que Rodrigo Leão + Belém + borlix = gente. E neste caso, gente que não vem necessariamente para OUVIR o espectáculo. Sim! É que um espectáculo musical, antes de mais, OUVE-SE, mas alguém se esqueceu de pôr isso no cartaz das festas Lisboa, e de maneira que, onde eu estava, ele eram telemóveis, ele eram conversas de grupos, ele eram criancinhas aos berros, ele eram, e esta é mesmo o cúmulo, vendedores de estridente quinquilharia chinesa para criancinhas.
Não havia outra solução senão negociar com as perninhas mais um último esforço e ir lá para a frente. E assim foi. Até à última réstea. Mas valeu a pena. Foi lá que gravei estes dois vídeos com a (sofrível) qualidade habitual. Enjoy.
Não havia outra solução senão negociar com as perninhas mais um último esforço e ir lá para a frente. E assim foi. Até à última réstea. Mas valeu a pena. Foi lá que gravei estes dois vídeos com a (sofrível) qualidade habitual. Enjoy.
2 comentários:
se tirarmos essas coisinhas todas, os telemoveis, as criancinhas, as bujigangas... sim foi bom! e eu que já estava com umas dores de pernas do sbsr... e não encontrei cadeira para me sentar.. é tramado!
Também eu estava derreadinho das perninhas. Acho que a organização devia ter reservado umas cadeiras para as pessoas que tivessem estado no SBSR. E mais: deviam ainda ter contratado uns/umas massagistas para que o pessoal que chegasse ali, depois de tão desmesurado esforço, tivesse direito a uma massagem retemperadora. Isso é que tinha sido ir ao céu e voltar.
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