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sábado, 10 de novembro de 2012

Aguardente vínica

"A aguardente vínica resulta da destilação do vinho e é, comparada com a bagaceira, um produto mais sofisticado, com aromas e sabores menos fortes e mais equilibrados. Criada a partir de vinhos de qualidade, a aguardente vínica portuguesa ostenta qualidades aromáticas e sápidas que a tornam capaz de ombrear com as mais caras e conceituadas bebidas espirituosas, transportando toda a tipicidade das grandes castas nacionais. As aguardentes de vinho, incolores logo após a destilação, são habitualmente sujeitas a envelhecimento em casco de madeira nobre, ganhando com isso maior suavidade, tonalidades de caramelo e mais complexidade de sabores e aromas. Com uma percentagem de álcool um pouco mais baixa, em média, do que as bagaceiras, as aguardentes vínicas têm classificações que variam consoante o tempo de envelhecimento, que pode variar entre o mínimo de dois a seis anos. "

Preparação

Início da destilação

Finalmente aguardente

Rosário (bolhas): sinal de bom grau

Confirmando

Confirmado. 50%vol.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Porque não se faz 37 anos todos os dias

Valeu a pena ter carregado com ela 1800km e ter esperado 8 anos para a beber.
Para que conste, casou-se com um Arroz de Pato à Esporão e morreram ambos na boda. Aos que lhe trataram da saúde: que vivam felizes para sempre.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Ginja #1

"Estou aqui no Fundão, queres que te leve ginjas?"
Começou assim a Ginja do Crama. Depois foi só lavá-las e juntar-lhes 1 litro de aguardente vinícola. Agora resta esperar...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Acabou-se o rum


Na verdade não se acabou o rum. Acabou-se sim o rum branco (sem envelhecimento em madeira) que, para mim, faz o melhor mojito. De qualquer forma, como o Caribe já lá vai (facto comprovado pela minha pele que retoma, a pouco e pouco, a sua natural palidez britânica) viro-me agora para uma bebida mais europeia mas que rima como poucas com dias quentes e noites mornas. Não tenho uma receita exacta, é uma questão de mão e de disposição. Umas pedras de gelo, algumas gotas de sumo de limão, uma rodela do mesmo para decorar, uma dose de gin e água tónica. Eis o do gin do Peter. Crama neste caso, que não fica nada a dever ao outro.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Licor de poejo

Agora que penso um pouco (e um pouco, no meu caso, já é coisa para doer), constato que este licor de poejo levou quase três anos a ser confeccionado. Ah pois é! Se estão a pensar em igualar o menino, preparem-se que isto é assim uma espécie de mestrado, no que ao tempo de preparação diz respeito. Tudo começou na vindima de 2006. Mau ano para o tintol caseiro que, apesar de potável, não reunia os mínimos olímpicos para chegar às goelíadas 2007. Vai daí, se não dá para beber, toca a destilar o vinho. Resultado: aguardente vinícola, feita no alambique velhinho do pai, com a ajuda dos colegas, isto ainda em 2007. Não ficou má, mas como por aqui se prefere a bagaceira, a outra para ali foi ficando, encostada a um canto. Foi então que surgiu a ideia do licor de poejos. Não era tarde nem era cedo, só que faltavam os ditos. É certo que se podiam comprar no supermercado mas não ia ter a mesma piada, não é verdade? Pois bem, vai de plantar uns poejinhos, das melhores proveniências. Estávamos em Setembro do ano passado. De lá para cá, água, que o poejo é erva que gosta da muita água, e ei-los a meterem-se pelos olhos dentro. Chegamos finalmente ao ponto em que temos aguardente vinícola e poejos. Pode-se passar então à fase final que, como se há-de perceber, é a mais simples de todas, apesar de durar cerca de um mês a completar. Comecemos…

Ingredientes (tudo com 7 que é para dar sorte)

70cl de aguardente vinícola
70cl de água
700g de açúcar
Poejos

Preparação

Coloque um molho de poejos dentro de um frasco e encha-o com a aguardente. Deixe macerar durante 15 dias, agitando de vez em quando. Passados os quinze dias, prepare uma calda da seguinte maneira: ponha a água a ferver com outro molho poejos; assim que começar a ferver, retire os poejos e deite o açúcar; deixe ferver três minutos, apague o lume e deixe arrefecer. Entretanto filtre a aguardente (pode utilizar um filtro de papel de máquina de café). Junte por fim a aguardente e a calda, mexa, coloque em garrafas e deixe estagiar durante pelo menos 15 dias.
Et voilà...


Neste momento o meu licor ainda está a estagiar, pelo que não posso atestar o resultado final. Assim que o provar, actualizarei este post.

Nota: segundo me informei, há quem faça este licor utilizando vodka, em vez da aguardente. Se alguém experimentar (ou tenha experimentado), esta ou outra receita, por favor deixe um comentário que a gerência agradece muito o intercâmbio cultural.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Provavelmente...


... os gajos da Carlsberg estão enganados.

sábado, 31 de maio de 2008

Sangria

Uma das coisas que sinceramente me vai chateando é a frequência com que tenho de recorrer à minha genialidade natural para provar que o meu ponto de vista, sobre um determinado assunto, está correcto. Sim porque, por esta altura, já devia ser óbvio para toda a gente, principalmente para aqueles mais chegados, que, por definição, o meu ponto de vista está SEMPRE correcto. Eu sei que custa assimilar isto a algumas pessoas mas que é que eu posso fazer? É axiomático. Ter razão está inscrito no meu código genético e não há volta a dar! É isso e a camada grossíssima de modéstia que reveste a minha personalidade. Só para terem uma ideia, posso acrescentar que aquele senhor que nunca se enganou e que raramente tem dúvidas, por esta altura, mesmo em bicos dos pés, ainda só vislumbra a parte inferior dos meus calcanhares.

Isto tudo a propósito de um episódio ocorrido no sábado passado, estava eu a ultimar os preparativos para a festinha caseira. No meio da azáfama pensei em voz alta: “Cerveja… está, vinho… está. Acho que vou fazer também uma sangria…” Reacção imediata da Mrs. Crama: “És maluco! Para que é a sangria!? Ninguém vai beber essa mistela! Não sabes fazer sangria! Vai ficar pior que a zurrapa do Vitó!”... and so on, and so on. Pois como devem imaginar, custa muito ouvir injúrias destas, principalmente a parte do Vitó. São flechas que furam a carapaça da minha indiferença e se espetam no âmago do meu orgulho. Como a violência doméstica agora é crime público, não me restou outra alternativa se não preparar a melhor sangria já alguma vez provada no Mundo em geral e no Universo em particular. Posto isto, fechei-me na cozinha, reuni todos os ingredientes à disposição e, qual Grenouille das beberagens, tratei de engendrar, não uma mas duas sangrias que deixassem toda a gente enfeitiçada. Como podem imaginar, se assim o pensei melhor o fiz: as sangrias – tinta e branca – foram as primeiras bebidas a desaparecerem e, sem sombra de dúvidas, contribuíram decisivamente para o nível de animação dos convivas, registado a partir de determinada altura. E assim, mais uma vez, a Mrs. Crama engolia, da pior maneira mas com a melhor sangria, todos os desaforos proferidos: “Epá, isto está “muuuita” bom! Não sabia que fazias tão bem sangria!”

Como, para além de genial e modesto, sou uma pessoa extremamente altruísta, fica aqui a receita, não das sangrias feitas por altura da festa, mas de uma outra, ainda melhor, que garantirá a quem a preparou os mais rasgados elogios e até quem sabe, em condições especiais, algum sexo não-pago.

Ingredientes:

750ml de vinho tinto
500ml de Seven-Up
½ laranja
½ limão
½ maçã
12 cerejas
6 morangos
1 ramo de hortelã
1 pau de canela
4 colheres de sopa de açúcar

Preparação

Lave bem as frutas e a hortelã. Corte a laranja e o limão às semi-rodelas, a maçã aos cubos pequenos, as cerejas e os morangos ao meio (tirando o caroço às cerejas). Deite tudo num jarro de 2 litros, juntamente com a hortelã, o pau de canela e o açúcar. Acrescente o vinho, mexa até dissolver o açúcar e leve ao frigorífico, durante pelo menos uma hora. A Seven-Up também deverá ser guardada no frigorífico. (Atenção que deve ser mesmo Seven-Up, ou em alternativa Sprite. Esqueça gasosas manhosas. Em relação ao vinho recomendo um (bom) tinto encorpado, de cor carregada e com bom teor alcoólico.)

Cerca de meia-hora antes de servir a sangria, transfira o jarro e a Seven-Up para a arca congeladora. Um dos segredos da sangria é arrefecer ao máximo as bebidas dispensando-se a utilização de gelo, o que iria “aguar” a bebida, após algum tempo; o segundo segredo consiste em juntar a Seven-Up ao vinho só na altura de servir, de modo a que a sangria esteja viva e fresca.

Para finalizar então, quando ambas as bebidas estiverem muito bem geladas, retire da arca, junte a Seven-Up ao jarro, mexa ligeiramente e sirva de imediato.

Como alternativa, se quiser preparar uma sangria “branca”, para além da substituição óbvia do vinho, troque os morangos por nêsperas e as cerejas por pêssego.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Ermelinda Freitas

Li, com satisfação que o “Casa Ermelinda Freitas - Syrah 2005” venceu o troféu do melhor vinho tinto do Mundo, no prestigiado concurso dos enólogos franceses “Vinalies Internationales 2008”, em Paris. Li com a satisfação de quem conhece relativamente bem a casa da D. Ermelinda e a sua evolução nos últimos 7 anos.

Há 7 anos, que a D. Ermelinda (na realidade é mais a D. Leonor e outros Freitas) me faz rumar periodicamente a Fernando Pó em busca dos néctares que por lá se produzem. Há 7 anos, que se fazem vaquinhas com os colegas, para dividir os custos das viagens, e se organizam listas de compras para familiares e amigos. Há 7 anos, que a D. Ermelinda é a principal fornecedora da adega do Crama, sendo por isso uma das pessoas por detrás de muitas refeições felizes.

Nem de propósito, pretendo fazer-lhe uma visita em breve. Possivelmente procurarei em vão por este Syrah 2005, por esta altura inflacionado e/ou esgotado para fora do meu alcance. Não faz mal, vinho bom (e a bom preço) foi o que nunca faltou pelas bandas de Fernando Pó. E depois sempre há o peixe assado nas Lagameças.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Abóbora-porqueira

Ora então o que se faz com uma abóbora-porqueira? No caso, uma com cerca de 8kg?

Primeiro corta-se em pedaços e descasca-se, pois então. A partir daqui muitas hipóteses se nos oferecem. Com cerca de 3,5kg desfiei a polpa da zona fibrosa e cortei em palitos a restante.

Depois juntei um pouco menos de 2kg de açúcar e envolvi. Esta é a base do doce de abóbora, tal como a avó o fazia. Quase instantaneamente o açúcar começa a extrair líquido da abóbora, formando-se uma calda bastante doce. Com 10cl desta calda, mais 10cl de vodka e muito gelo picado criei a minha Aboborowska. Estava 5 estrelas.

Separei de seguida mais 500g de abóbora cortada em cubos pequenos para uma sopa que levou também:

2 batatas grandes
1 cenoura grande
1 cebola média
2 dentes de alho
1 iogurte natural
1 folha de louro
1 dl de azeite
Sal, pimenta e paprika q.b.

Pica-se a cebola e os dentes de alho e refoga-se ligeiramente no azeite. Junta-se os legumes (abóbora, batata e cenoura) picados em cubos pequenos, meio copo de água e a folha de louro. Tapa-se a panela e mexe-se de tempos a tempos. Quando os legumes começam a ficar cozinhados junta-se mais água (aqui tem de ser a olho) e deixa-se ferver cerca de 10 minutos. Retira-se a folha de louro, tritura-se tudo e ajusta-se a espessura do creme com água se necessário. Deixa-se ferver novamente, após o que se apaga o lume, juntando de imediato o iogurte, triturando novamente mais um pouco para integrar bem o iogurte.

Não satisfeito ainda, resolvi fazer também o Doce da Avó.

250g de abóbora cortada em cubos
5cl de água
5dl de leite
1 casca de laranja
2 colheres de sopa de farinha Maizena
6 colheres de sopa de açúcar
Canela q.b.

Coloca-se a abóbora numa panela pequena, junta-se 5cl de água e leva-se ao lume. Quando a abóbora estava cozinhada junta-se cerca de 3dl de leite, a casca da laranja e deixa-se ferver, mexendo bem de modo a desfazer os pedaços da abóbora. De seguida junta-se mais 2dl de leite onde se dissolveu previamente as 2 colheres de sopa de farinha Maizena. Junta-se o açúcar e deixa-se ferver até engrossar. Depois é só retirar a casca da laranja, deitar numa travessa e polvilhar com canela.

Para o doce de abóbora.

3,5 kg de abóbora-porqueira desfiada
1,8kg de açúcar
3 cascas de laranja
3 paus de canela
500g de amêndoas cortadas em pedaços pequenos

Junta-se a abóbora e o açúcar, envolve-se e deixa-se repousar durante pelo menos 8 horas. Passado este tempo leva-se ao lume numa panela, com a casca das laranjas e os paus de canela. Deixa-se ferver em lume brando, mexendo muito ligeiramente para não desfazer muito os pedaços de abóbora. Quando o doce está no ponto desejado, apaga-se o lume, retira-se a casca das laranjas e os paus de canela e junta-se a amêndoa.

Resumindo

1 abóbora-porqueira =
Aboboroska +
Sopa de Abóbora +
Doce da Avó +
Doce de Abóbora

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Começou a Operação Natal 2007







Herdade do Esporão – Touriga Nacional – 2004


Quinta do Crasto – Reserva Vinhas Velhas – 2000

Umas fatias de pão, azeitonas e as duas garrafinhas aqui de cima já constituíam por si só uma bela refeição. Se à primeira garrafa juntarmos uns medalhões de vitela com arroz de serpão e salada de alface, ananás e nozes, e à segunda garrafa juntarmos um queijo da serra e um dos melhores bolos-rei de Lisboa, então teremos com certeza uma refeição digna da realeza. Foi assim o almoço, ontem, em casa da tia. De rei.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Mamajuana

Para mim, foi mesmo a bebida das férias. O desconhecimento era total pelo que quando a provei não fazia a mínima ideia do que estava a beber. Percebe-se logo o rum, mas é mais suave, e depois tem uma quantidade de sabores e aromas que nos levam a perguntar: mas que raio é que isto leva?
Lá me explicaram que se trata de uma bebida que possivelmente teve a sua origem num preparado com fins medicinais, mas que devido ao seu agradável sabor se popularizou como bebida nacional. Também lhe atribuem propriedades afrodisíacas. Chamam-lhe o viagra dominicano, e responsabilizam a bebida pela alta taxa de natalidade do país (é comum encontrar mulheres com sete ou mais filhos).
Em conversa com os “locais” percebi que não existe uma receita exclusiva de mamajuana. O princípio é comum a todas, mas cada dominicano tem uma receita familiar com os seus toques particulares. Basicamente trata-se de uma infusão de várias ervas, folhas, especiarias, cascas ou raízes de árvore, numa bebida alcoólica, ou mistura de bebidas.
As receitas mais comuns levam rum, vinho tinto e mel, e como elementos aromatizantes: timacle, osua, marabelí, palo de manguei, palo índio, bohuco caro, brasil, canelilla, entre outros.
Como lembrança, comprei uma garrafa da bebida já preparada e um saco das ervas e cascas aromatizantes para preparar mamajuana em casa. Agora ando a apurar aquela que será a minha receita. A melhor do mundo como é óbvio. Enquanto a mamajuana do Crama não está pronta, vou ali abrir a outra garrafinha. Vai um copito?

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Sedinhas – Grande Escolha 2002

A segunda enoposta vai para um vinho degustado há um par de meses, o qual por fruto da boa impressão causada, ainda permanece na minha alembradura. Trata-se do Sedinhas – Grande Escolha 2002, produzido por António Caetano de Sousa e Faria Girão, na Casa das Torres, propriedade localizada na região do Douro, mais concretamente em Mesão Frio. Segundo o produtor, foram engarrafadas 10266 garrafas, sendo que pelo menos a 9830, a 9833 e a 9834 já não existem, dado terem sido consumidas durante uma refeição que reuniu alguns companheiros de armas, no restaurante Alazão, ali para os lados de Alcântara, onde é servido como vinho da casa(!), a 10,50€ a garrafa. Nessa refeição, o Sedinhas acompanhou maravilhosamente uns bifinhos grelhados de vitela barrosã, combinação que me deixou com vontade de voltar. De realçar que este restaurante comprou um total de 6400 garrafas, que somadas a alguns lotes exportados, fazem deste vinho uma raridade nos circuitos habituais de comercialização.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Piper-Heidsieck Brut

Continuando na temática do vinho, dou aqui início a um separador dedicado aos néctares que se notabilizaram ao passarem por este modesto gorgomilo. Não, não é crítica enófila. Não tenho aspirações a essa nobre arte. São vinhos que me souberam bem, ponto. Eventualmente poderão ser postadas outras beberagens que eu nestas coisas sou assim tipo todo-o-terreno.

Para começar então, fica aqui um exemplar de um tipo de vinho com o qual gosto de iniciar certas refeições especiais. Espumante pois claro, ou Champagne neste caso, dado que é proveniente (segundo dizem) da região com o mesmo nome.
Este Piper-Heidsieck Brut acompanhou na perfeição ostras “ao natural”, paté de sapateira e camarões tigre. Como único defeito, o preço do dito. Cerca de 30€ nos sítios do costume. Enfim… um dia não são dias.