terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Quiet Town

Aqui há uns tempos, um passarinho segredou-me esta canção ao ouvido.
Nunca a tinha ouvido, ou se já, não tinha reparado nela.
Hoje, é uma das músicas com que mais me identifico.

Obrigado passarinho.

Filhozes “à la Crama et Catarina”

Ingredientes:
4 ovos
10cl de azeite
10 cl de aguardente, ou whisky, ou whiskey
500gr de açúcar
800gr de farinha
1 colher de chá de fermento em pó
Confecção:
Bata os ovos num tupperware apropriado para preparar massas. Junte o azeite, o whiskey e o açúcar e mexa tudo até ficar homogéneo. Vá juntado a farinha (misturada com o fermento) até a massa descolar da colher e das paredes do recipiente. Como alternativa pode colocar todos os ingredientes numa batedeira de massas e ir juntado a farinha até atingir o ponto desejado. Deixe repousar durante pelo menos duas horas. Amasse novamente, desta vez com as mãos, e tenda as filhozes antes de as fritar em óleo bem quente. Pode divertir os pirralhos fazendo filhozes com formas engraçadas.

Dourada grelhada com couve-flor gratinada

Normalmente quando me decido a elaborar um prato, primeiro escolho um ingrediente que quero incluir – pode ser desde um tipo de carne, ou peixe, como pode ser até somente um tempero – depois vou tirar ideias em livros bem como na net. Recolhidas as sugestões que me parecem mais viáveis, faço uma reinterpretação à minha maneira, e de acordo com os ingredientes que tenho disponíveis, dando então largas à imaginação. O resultado costuma ser uma mistura de várias receitas, ou então uma receita mais ou menos cumprida de acordo com algum canhenho, mas normalmente com um toque “a la Crama”.
O prato de hoje, que foi o meu almoço de ontem, constitui-se como uma rara excepção. A receita da couve-flor foi retirada de um blog (já não recordo qual), e tirando as quantidades devidamente ajustadas, não introduzi nada que não estivesse previsto.
É um prato muito simples de confeccionar e muito pouco calórico.
Ingredientes (para 4 pessoas):
4 douradas
2 couve-flor
Queijo parmesão ralado
Vinho branco
Azeite
Sal
Pimenta preta
Confecção:
Divida a couve-flor em raminhos. Lave muito bem. Sem escorrer muito, coloque os raminhos num tabuleiro de ir ao forno. Tempere de sal e pimenta preta moída na hora. Regue com um copo de vinho branco. Aqui só uma nota em relação ao vinho. Uma das regras da “minha” cozinha é utilizar apenas vinho - quer seja branco quer tinto - que poderei beber à refeição. Não é preciso serem grandes reservas, mas decididamente nada de surrapas etílicas, como há para aí alguns casos à venda nos nossos supermercados. Neste caso foi utilizado um branco de Fernando Pó (Terras do Sado), produzido pela D. Ermelinda Freitas. Fica a nota.
Regue também com um fio generoso de azeite e cubra a couve-flor com uma fina camada de queijo parmesão. Tape o tabuleiro com uma folha de alumínio e leve ao forno a uma temperatura de 200ºC.
Quando a couve-flor estiver cozinhada, retire o tabuleiro do forno, acrescente mais um pouco de queijo e volte a colocar no forno, desta vez sem a folha de alumínio, e de modo a gratinar o queijo. Quando puser a couve-flor a gratinar, grelhe o peixe. A dourada não tem nada que saber. Ou melhor até tem: peixe muito fresco, sal apenas uns minutos antes da confecção e uma grelha bem quente e sem chama.

Jamie o quê?

Meia volta aparecem-me, aqui por casa, uns tipos que trabalham em empresas produtoras de conteúdos media, para virem recolher ideias para programas televisivos. Eu até nem me importo, desde que eles se comprometam a manterem-me fora do alcance dos holofotes do mediatismo, coisa que até à data, têm conseguido cumprir.
Acontece normalmente que depois de ver o resultado final, tal e qual ele vai para o ar, fico sempre um pouco desiludido. Um desses casos, foi o de um programa de culinária chamado Oliver’s Twist.
A ideia surgiu como é óbvio das minhas habilidades gastronómicas e da forma como eu as ponho em prática, nos fins-de-semana. Os tais tipos da produtora andaram por aqui, tiraram notas, e pensaram para os seus botões: “Ora o que é que temos: um gajo com pinta de janado, que vai às compras de scooter, carrega toda a porcaria que lhe vem à cabeça, depois enfiasse na cozinha, ajavarda tudo o que o rodeia e, para finalizar, da tal cozinha, agora semi-destruída, aparecem uns pratos que (de vez em quando) nem saem assim tão mal”. E posto isto lá foram eles à sua vidinha.
Quando tinham o episódio piloto pronto, chamaram-me para ver se aprovava o formato. E foi aí que o caldo se entornou. É que se o conceito base até estava muito lá, já a falta de primor nos detalhes deixou-me completamente passado.
Primeiro foram arranjar um inglês, Jamie Não-Sei-O-Quê, para protagonista. Perante os meus protestos, brandidos do alto da minha portuguesidade, responderam-me: “ Ah e tal, tens de ver que tu e a tua cozinha são muito à frente, e o mercado português ainda não está preparado para ti”. Tive de lhes dar razão. Um programa onde se explica como fazer Pato Assado Perfeito com Molho de Mel e Ostras, só mesmo falado em inglês.
Outra falha gravíssima é que eu para me deslocar às compras recorro a uma genuína PX 125 E Arcobaleno de 89, enquanto o pobre do bife tem de andar a aspirar a velha Albion aos comandos de um tupperware. Orçamento oblige, foi o que me disseram.
Para finalizar, e como o tal Jamie por mais que se esforce não me chega aos calcanhares, têm de contratar convidados para lá irem, no final do programa, fingir que comem os pratos, enquanto eu tenho listas de espera de amigos e familiares, que não se importam de servirem de cobaias humanas, nas minhas experiências pantagruélicas.
Moral da história: se precisam de uns conselhos para fazerem um prato especial e não têm net à mão, ok vão lá ver o Jamie, caso contrário venham aqui, pois vou começar a postar neste blog algumas das minhas experiências culinárias.

Depois


Antes


sábado, 24 de fevereiro de 2007

Acordar

Hoje, acordei com um som que já não ouvia há muito tempo. Um som que já se não usa, utilizando uma expressão da Avó Glória. Um canto de uma espécie rara em vias de extinção.
Depois de confirmar que estava a acordar em minha casa, e não a 60km e 25 anos de distância, saltei de um pulo e fui à janela tentando localizar a origem daquela melodia.
Ouvia-o, mas já não o conseguia ver.
Ainda fui atrás dele, mas o tempo que demorei a sair de casa fez-me perder o seu rasto.
Não faz mal. Tenho a certeza que este amolador vai voltar tocando a sua gaita-de-beiços. E nessa altura vou-lhe pedir para afiar o Victorinox que anda na pasta, o D. Benitez companheiro de pescarias, bem como uma dúzia de facas de cozinha. Hei-de ser o melhor cliente do amolador, se ele prometer que me vem acordar todos os sábados da mesma maneira.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

20 anos

No dia em que nos lembramos que vivemos há 20 anos sem Zeca Afonso, dedico esta sua canção a todos os meus amigos. Aos que já se foram, aos que sempre foram, aos que são e aos que hão-de ser.

Traz Outro Amigo Também
José Afonso

Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também

Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também

Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

No comboio ascendente

The Kooks - Seaside
Aimee Mann - Save Me
Ryan Adams - La Cienega Just Smiled
Beck - Everybody's Gotta Learn Sometimes
Jeff Buckley - Hallelujah
Damien Rice - 9 crimes
Gary Lightbody and Lisa Hannigan - Some Surprise
David Byrne - Glass, Concrete & Stone
Regina Spektor - Samson
Cat Power - The Greatest
Camera Obscura - Suspended From Class
Beth Orton - Comfort of Strangers
Antony and the Johnsons - For Today I Am a Boy

…e depois passa

Acordar com o sorriso da filhota.
O sol a brilhar.
O passeio matinal e a viagem de comboio: 5 estrelas como é habitual.
Os phones enfiados pelos canais auriculares, bem encostadinhos ao cérebro.
Uma banda sonora capaz de ressuscitar mortos.
Entrar no serviço ainda sobre o efeito dos TV on the Radio.
O Mundo parece quase perfeito.
A boa disposição que transparece num sorriso resplandecente, enquanto cumprimento os colegas.
Uma vontade de produzir capaz de reduzir, só por mim, metade do défice nacional.
Entro no gabinete, olho para a secretária… e depois passa.

No comboio descendente

Bloc Party - Banquet
Franz Ferdinand - Evil and a Heathen
Guillemots - Annie, Let's Not Wait
Interpol - Evil
Jesus and Mary Chain - Just Like Honey
Joy Division - Love Will Tear Us Apart
Los Campesinos - You! Me! Dancing!
Placebo - Every Me, Every You
She Wants Revenge - Tear You Apart
The Arcade Fire - Intervention
The Hidden Cameras - Awoo
The Killers - Mr. Brightside
The Pixies - Where Is My Mind
The Strokes - Last nite
The Subways - I want to hear what you have got to say
TV on the Radio - Wolf like me

Pela manhã…

Sabem o que é que dá a mesma boa disposição matinal de um pequeno-almoço constituído por uma barrinha energética, acompanhada por uma lata de Red Bull, seguida de dois prozacs, uma intravenosa de 2cc de adrenalina e para rematar: um café… triplo?
Sabem o que me deixa com uma energia e uma aceleração tais, que fico com vontade de ir fazer trabalhos de terraplenagem à mão?
Não sabem?
Vejam nos próximos posts.

É preciso é ter calma

Imediatamente após ter publicado o post aqui de baixo, começaram a chover milhares de mails, faxes e telefonemas aqui no estaminé, perguntando-me qual o futuro do blog e como serão tratados os assuntos da Praceta.
Pois passo a informar que os objectivos são claros.
Relativamente aos assuntos “Praceteiros” nada se alterará. Continuará a ser abordado aqui, todo e qualquer assunto de relevância, que envolva a minha geração praceteira, tais como encontros, saídas nocturnas, passeios, nascimentos, casamentos, baptizados, divórcios, etc. Continuará também a saga “Praceta on the wheels” assim como a publicação de posts revivalistas sobre os praceteiros e episódios por estes vividos. Pode-se dizer que este blog continuará a ter vista sobre a Praceta, será contudo a vista do “meu” 5 R/C Dto.
O meu conselho portanto é que permaneçam em vossas casas, pois não quero que seja derramado sangue desnecessariamente. O espírito inicial deste blog irá ser mantido, acrescentando-se apenas, e basicamente, tudo o que me bem aprouver. Não é justo? Também, quem disse que as ditaduras eram justas...
Existe ainda um segundo objectivo que tenho traçado para este pasquim. Um desígnio de maior amplitude, e de certa forma até um pouco tenebroso. Mas isso é assunto para outra ocasião.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Diz que é uma espécie de 25 de Abril… mas ao contrário

A democracia acabou. Daqui por diante, este blog passa a ser gerido por um regime ditatorial, marcado pela omnipresença do seu grande líder: moi-même.
A oposição interna foi barbaramente eliminada, o título reflecte agora o carácter individualista deste espaço, a propaganda em torno do poder reinante – eu, portanto – marcará a política editorial deste blog e a censura poderá ser aplicada sem qualquer tipo de restrições na secção de comentários.
Dizem vocês, caros leitores: “Eina pá! Tem calma! Olha que isto anda mau para os ditadores! Vê lá o que aconteceu ao Saddam… já para não falar do Hitler!”
Claro que tenho calma. Quem já conviveu comigo, quem conhece o meu carácter frio e calculista, sabe que isto faz tudo parte de um plano devidamente orquestrado e para o qual avanço com total tranquilidade. E depois, eu nunca seguiria o exemplo de fracassados. A minha ditadura sobre este blog será inspirada naquela que governa a República Popular da Madeira, e o Xor Alberto será o meu mentor. Como podem ver tenho tudo planeado ao milímetro. Não há nada que possa falhar.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Crónicas de sábado à noite - Lisboa

Ontem à noite, os 4 do post lá de baixo, perante um Chiado e um Bairro Alto cheios de gente e de (mo)vida, ficámos surpreendidos com o ambiente cosmopolita de Lisboa by night. De facto, já não me lembrava desta cidade me parecer tão, e tão bem, frequentada nocturnamente.
Também não pude deixar de me lembrar da série de eventos que tiveram lugar nesta noite de sábado, nomeadamente, e para além do concerto de Cristina Branco: Amélia Muge na Culturgest, Rádio Macau, JorgePalma, GNR, Pedro Abrunhosa, Rui Veloso e Xutos e Pontapés no Pavilhão Atlântico, para além de outras ofertas ao nível de teatros, cinema, música e exposições, espalhadas pela cidade, e de comparar com o que deve ser a oferta cultural disponível noutras cidades do país. Acho que é claro que Portugal vai sendo cada vez mais um país de assimetrias crescentes, a todos os níveis, mas principalmente a nível da oferta cultural.
Podem-me responder: "Epá, até não é bem assim! E se reparares, neste sábado de Carnaval, até tivemos aqueles desfiles em locais tão diversificados, como Torres, Loulé, Mealhada, etc."
Pois, era mesmo isso que eu queria dizer.

Crónicas de sábado à noite - Cristina Branco cantou Zeca Afonso

No post onde mencionei este concerto, acabei por dar mais destaque à figura de Zeca Afonso, do que propriamente à Cristina Branco. Repara-se então essa injustiça.
O espectáculo contou com a participação, para além da intérprete de Almeirim, dos seguintes músicos:
Ricardo Dias - piano e acordeon
Mário Delgado - guitarras acústica e eléctrica
Alexandre Frazão - bateria
Bernardo Moreira - contrabaixo
As músicas interpretadas foram:
O menino é d'oiro; No comboio descendente; Ronda das Mafarricas; Maio, maduro Maio; Canção de embalar; Canto moço; Tu, Gitana; Sr. Arcanjo; Cantigas do Maio; Avenida de Angola;Carta a Miguel Djéjé; Redondo vocábulo; A morte saiu à rua; Chamaram-me Cigano; Os Índios da Meia Praia e Venham mais cinco já no encore.
A qualidade do som esteve muito boa, assim como o compartamento do público que encheu o Jardim de Inverno do S. Luiz, com excepção de um senhor que ficou à minha frente, e que fez questão de mostrar que estava ali contrariado. Felizmente, nada que tivesse perturbado o processo de contemplação em curso.
Logo aos primeiros acordes, penso que ficou claro para toda a gente que o Zeca Afonso não estaria nessa noite no palco, mas sim do outro lado, na plateia, em cada um dos presentes, a apreciar a forma como a sua música pode ser re-inventada.
A dada altura do concerto, Cristina Branco sugeriu que o público participasse mais, se assim o entendesse, mas tirando umas timidas palmas de acompanhamento em algumas músicas, nada feito. E isto porquê? Frieza? Distanciamento? Não, nada disso, antes pelo contrário. Porque num concerto deste tipo, intimista como se costuma apelidar, a pressão sobre quem está na plateia também é muito grande, e ontem a Cristina Branco encheu de tal forma aquela sala, que ao público não restou o cumprimento do seu papel principal, que é ouvir e aplaudir. E foi isso que eu fiz, ouvi e aplaudi, muito.
Cristina Branco agradeceu aos presentes que encheram a sala, no final da segunda música, dizendo: "Obrigado por virem connosco nesta viagem". Pois é exactamente isso que a música de Zeca Afonso é hoje: um porto de partida para viagens que podem ter uma infinidade de destinos, conforme ficou patente no disco Filhos da Madrugada. Desta vez a viagem foi feita de veleiro, com o jazz a enfunar as respectivas velas. E que bela viagem foi.

Crónicas de sábado à noite - Chop chop

Pap' Açorda
Restaurante-Bar
Rua da Atalaia, 57-59
(ao Bairro Alto)
1200 Lisboa
Tel: 213464811
Uma bela forma de se começar a noite.
Nota de destaque para o atendimento. Muito simpático e atencioso, mas sem cair em intimidades desnecessárias. Devo dizer que para um restaurante com 25 anos de sucesso, e que hoje é já um ícone de Lisboa, temia um atendimento frio, e até um certo snobismo, fruto do estatuto atingido. Nada disso. Neste aspecto 5 estrelas.
O ambiente esteve também agradável, notando-se o número de estrangeiros, a que não será alheio as várias recomendações em guias e sites turísticos.
Os pratos escolhidos receberam todos eles nota positiva, a saber: linguadinhos fritos com açorda, ovas panadas com arroz de coentros, bife de atum e bife à Pap' Açorda. E depois, a famosa mousse de chocolate, a qual estava ao nível da mousse da Mrs. Crama, o que quer dizer: boa. Muito boa realmente.
Veredicto: Altamente recomendado dentro desta gama de preços.

Crónicas de sábado à noite - Personagens

Crama e Caricas
Mrs. Crama

Mrs. Caricas

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Catchamela

Sol. Finalmente.
Sábado. Ainda mais finalmente.
Nada melhor do que começar os dias pelo princípio.
A pretinha desperta também.
Sempre pronta. Está com sede. Vai ter que esperar.
Botas, blusão, capacete, luvas e mochila.
Clanck. 1ª. A brisa fresca. Enfim.
Baldo à esquerda, baldo à direita. Travagem. Check.
EN3 – Sentido Norte.
Começo a contagem: 1, 2, 3, … 145. Veio a manada toda. Yupie!!
Agora calma. Que isto não é para matar.
Apreciar a paisagem e a retorcida estrada municipal.
A capacidade de me perder por sítios que percorro há 5 anos.
Não faz mal. O rio fica a Sul e a montanha a Norte. A casa algures no meio.
1º pit-stop. Padaria da Ti Lurdes.
O forno a lenha. O pão delicioso.
Mais uma moedinha, mais uma voltinha.
2º pit-stop. Bombas.
95 sem chumbo se faz favor, que a vida custa a todos.
A pretinha faz ahhh!
Agora sou eu que tenho sede. Bom remédio.
De volta à box.
A esplanada caseira está irresistível…
E esta Super Bock também.
Ahhh!

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

A Trilogia de Nova Yorque, de Paul Auster

Antes de começar a ler um livro, tenho por hábito folheá-lo de trás para a frente, e de um modo aleatório escolho 2 ou 3 parágrafos para efectuar uma pré-análise sumária. É uma forma de medir o pulso à escrita.
Com este livro, A Trilogia de Nova York, que comecei a ler na quarta-feira, não foi diferente. Lida a biografia do autor, toca a escolher, às cegas, um parágrafo.
Página 13.
Dou com esta pérola:
O telefone tocou estava ele sentado na sanita, no momento de expelir o cagalhão… estava assim ocupado na minúscula casa de banho quando o toque do telefone lhe chegou aos ouvidos como uma clara irritação. Atender rapidamente o telefone significava levantar-se de imediato sem poder limpar-se, e enojava-o ter de atravessar o apartamento naquele estado. Por outro lado, se terminasse o que estava a fazer no seu ritmo normal, não chegaria a tempo para atender.
Lindo.
Fiquei logo a gostar deste Paul Auster.
Admiro os autores que se preocupam não só em descrever metafisicamente as suas personagens, mas que fazem questão de lhes dar uma dimensão verdadeiramente humana. Ainda para mais, neste caso, quando a isso associam análises e propostas de soluções concretas, para esses grandes dilemas que afectam o nosso dia-a-dia.
Só estou à espera de encontrar a parte em que o Paul Auster irá abordar a problemática do espirrar em condições de simultaneidade com o acto de urinar, na perspectiva de quem tem rinite alérgica.

PS – Por enquanto estou a gostar.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

From where?

Andam para aí uns rapazitos, que se intitulam Buraka Sound System, ou Buraca Som Sistema se preferirem, que até têm um som bem porreiro, patente no álbum From Buraca to the World.
Até aqui tudo bem.
Uma pessoa pensa: Fixe! Uns putos sem estúpidas vergonhas das suas origens, que conseguiram sobreviver, ou passar ao lado, das drogas, dos assaltos e dos tiroteios e se dedicaram à música.
Wrong!
Segundo li hoje, e de acordo com uma declaração dos próprios: “90% do projecto vive na zona da Amadora, Queluz, Venteira e Reboleira…”
Ainda segundo os mesmos: “…Buraca foi a freguesia da Amadora que a, a nosso ver, tinha um nome mais sonante para um projecto como este.”
Oh meus amigos! Vamos lá por partes!
Primeiro levanta-se a questão: se 90% vive na zona da Amadora, e se eles são menos de 10, onde estará, e o que será os restantes 10%. Provavelmente deve ser uma das pernas de um deles que, depois de se auto amputar, decidiu ir morar na Malhada Sorda*. Eu também ia se morasse na Venteira.
A outra questão, para mim mais importante, é a simples usurpação de um nome, que hoje tem estatuto de imagem de marca, assim por dá cá aquela palha. Não é por Buraca ser um nome de uma freguesia que está, e sempre esteve, a saque, que passa a poder ser usurpado por toda a gente. Eu sei que a tentação é grande. Ninguém duvida que Buraca é hoje uma palavra com mística reconhecida a nível mundial, e portanto adequada a qualquer projecto que se pretenda internacional, mas calma lá… Então isto é assim! Vai ali e tungas! Oh pra cá o “Buraca”! Nada de royalties, nem direitos!
Não, não! Para alguém poder dizer que é da Buraca há que ter honrado a camisola, ou pensam que o Bruno Nogueira e o João Baião quando hoje se gabam de serem da Buraca, também foi por que passavam por lá a caminho de casa na Amadora? Não! Estes, assim como todos os buraquenses, para poderem usufruir do título, tiveram que alombar lá com os costados! Ah pois é!
Se não conhecem o Penico, nem o Estrela, e não se referem aos 4 pontos cardeais por Cova da Moura, Bairro dos Lelos, Bairro do Zambujal e Bairro da Boa Vista não podem invocar o nome “Buraca”, ou melhor, até podem, mas têm que pagar…
Ora, a quanto é que está o royaltie?
Portanto caros leitores, se querem ouvir um som urbano, com matizes africanas e jamaicanas, e eu sei lá mais o quê, tudo bem, ouçam lá os putos, mas que fique bem claro: From Buraca to the World, só este blog! OK?

* - Está a valer uma imperial, paga no Penico, ao primeiro leitor que deixar na área de comentários, a resposta à pergunta:

“Onde fica a Malhada Sorda?” (Com um mínimo de detalhe)

Deixar nome e forma de contacto (tel, e-mail, etc), sff.

Dúvida inexistencial

Quanto pagaria o Benfica por uns comprimidos que dessem ao Miccoli a altura do Nuno Gomes?

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Até Sábado Companheiro!

Hoje, finalmente, fui comprar 4 bilhetinhos destes aqui de cima, para mim, para o Caricas e respectivas mais-que-tudo. Já tinha deixado passar dois fins-de-semana de oportunidades, mas à terceira foi de vez. Quem se nos quiser juntar, é favor de se despachar, e como diz a canção: tragam outro amigo também. Eu da minha parte já levo três.
É com grande expectativa que vou a este espectáculo. Vai ser como revisitar uma parte da minha infância. Ou pelo menos, espero que assim seja.
Tenho algumas imagens associadas ao Zeca, que estão bem marcadas na minha memória, das quais vou destacar aqui duas. E atenção que estamos a falar de recordações com mais de 20 anos, daquelas que nos intrigam sobre quais os mecanismos cerebrais que as fazem perdurar, quando outras da mesma época, e de intensidade maior (seriam?), se esfumaram nas brumas da memória.
Uma é a do último concerto do Zeca, em 1983, no Coliseu dos Recreios, tinha eu então 11 anos. Não posso dizer que me lembre de todo o concerto em si, porque infelizmente não tenho neste campo capacidades paquidérmicas, e para isso há o vídeo RTP (para quando o DVD caros senhores? Se calhar, agora era uma boa altura, digo eu…). Recordo-me, quais flashes fotográficos mentais, de uma cadeira que teve que vir para o palco para que o Zeca, já visivelmente debilitado, pudesse descansar, recordo-me também de uma Balada do Outono cantada e sentida de uma forma estranha por todos os presentes, mas cujo significado eu só perceberia anos mais tarde ao ouvir o disco, e recordo-me sobretudo de no final cantar, de pé, e a plenos pulmões, a Grândola Vila Morena, juntamente com um Coliseu totalmente cheio de emoções.



A segunda lembrança é um episódio que se passou num alfarrabista da Rua Nova da Trindade, onde o Zeca passava por vezes parte da tarde, e que ficava ao lado da Academia dos Amadores de Música, onde eu estudava. A minha Mãe queria comprar um disco, e entrámos para ver o que havia por ali. Após alguma escolha conjunta, a minha Mãe ficou indecisa entre um álbum do Vitorino e outro do Júlio Pereira. Eu disse-lhe: “Leva este Mãe”, indicando o do Júlio Pereira. O Zeca que tinha assistido à conversa interpôs: “É uma boa escolha. Qualquer um dos dois é muito bom”. Depois disto foram trocadas apenas mais meia dúzia de frases de circunstância, no entanto, aquilo encheu-me de orgulho por dois motivos. Primeiro porque me soou a: “Vai pelo puto, que ele sabe”. Segundo, porque apesar de ter apenas 12 ou 13 anos, já tinha consciência que um grande e belo pedaço da história cultural do meu país, tinha acabado de falar para a minha Mãe.
Voltando ao concerto da Cristina Branco, penso que por ela e pelos músicos que a acompanham, estão reunidas condições para que seja prestada uma muito honesta homenagem ao Zeca Afonso. Não consigo no entanto, deixar de sonhar em assistir a coisa semelhante feita pelo João Afonso, principalmente neste ano onde se comemoram os 20 anos desde que o Zeca deu o salto para o outro lado do Mundo, como alguém disse. Tenho consciência que o João enquanto artista tem necessidade da sua própria identidade, e por isso deve ter (suponho) um trabalho contínuo de descolagem do rótulo de “sobrinho de”, mas não consigo esquecer os arrepios frios que senti quando o ouvi cantar material do Maio Maduro Maio, em 1994, no Teatro S. Luiz, projecto que contava também com a participação do José Mário Branco e da Amélia Muge.
Para finalizar deixo-vos aqui alguns links onde podem consultar algumas coisas sobre este concerto e sobre o Zeca.
Cristina Branco canta Zeca Afonso
Associação José Afonso
Blog da AJA

PS – Zeca onde quer que estejas, um grande bem-haja.

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Comunicação do GTARMG

Ontem em passeio nocturno pela Baixa, constatei que o coração com que se pretende alegadamente bater mais um recorde do Guiness, é patrocinado pela SEAT e pela amo.te.
No caso da SEAT este facto não me causa qualquer tipo de estranheza. “Nuestros hermanos” há muito que deixaram bem claro que uma das suas principais motivações enquanto povo, é dar-nos cabo do canastro, seja de que forma for. Primeiro ficaram-nos com Olivença, depois mandaram-nos a Merche para levarem em troca o Saramago, mais tarde compraram-nos a Somague e agora pimba: a SEAT patrocina um insuflável-sem-qualquer-utilidade-para-além-de-gerar-engarrafamentos. Para mim faz todo o sentido.
A amo.te, essa sim, é que foi realmente uma grande decepção. É caso para dizer: até tu, Brutus Miguel Ramos!
Pois fiquem sabendo, senhores responsáveis pela SEAT e amo.te, que eu, Peter Crama, filho respectivamente de minha Mãe e de meu Pai, marido de minha esposa, pai de minha filha, portador do meu BI, residente em minha casa e membro fundador do GTARMG, declaro por minha honra nunca mais estabelecer com as vossas empresas qualquer tipo de relação comercial, até que V. Exas. abdiquem de patrocinar iniciativas relacionadas com recordes do Guiness e se retratem publicamente, através de uma mensagem em conformidade, deixada aqui no espaço de comentários deste Blog.
É isso mesmo que acabaram de ler: O GTARMG, organização que conta actualmente com 300.000(1) associados, através deste Blog e a bem da Nação, acaba de estabelecer, e estabelecerá no futuro em situações análogas, sanções económicas contra as empresas que se empenharem em bater recordes do Guiness, em território nacional, com excepção da Região Autónoma da Madeira.
E fica ainda aqui outro aviso, neste caso ao Sr. Paulo Teixeira Pinto: se para o próximo Natal mantiver o patrocínio do MillenniumBCP ao maior andaime-iluminado-também-sem-qualquer-tipo-de-utilidade do mundo, ver-me-ei obrigado a destitui-lo das funções de gestor e fiel depositário da minha fortuna pessoal.

(1) – Só deve acreditar nisto, quem acredita que o Benfica tem 160.000 sócios.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Threesome

Quem nunca experimentou, não sabe o que anda a perder.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Afinal algumas coisas mudam

Com o post de ontem (sim este aqui de baixo) esqueci-me de fazer referência a um facto verdadeiramente notável, e como tal digno de registo para a posteridade.
Pois aqui o nosso amigo Caricas conseguiu chegar a horas (20 minutos antes) a um compromisso marcado nesse período tão complicado como é uma manhã de Domingo. Mais notável ainda se tivermos em conta que tal foi precedido de apenas 3 horas de sono.
Ah! Pois é! O nosso amigo Caricas consegui levantar-se às 8 da manhã, depois de se ter deitado às 5, para estar às 10 horas a jogar ténis a 70 km de casa.
Como diriam as outras meninas: há coisas fantásticas, não há?
Ainda dizem que o casamento são só desgraças...

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Feeling good

Amigos.
Manhã a correr atrás de uma bola. Raquetadas no stress.
Caipirinhas e caldinho de feijão. Hummm!
Almoço de rei, modéstia à parte.
Tarde de cavaqueira.
Música, e um filme.
E no final do dia: um chá. Que não foi das cinco, mas também o que é que isso interessa.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Figuinhos

No próximo Domingo vou papar figuinhos, ao pequeno-almoço. Dois para ser mais exacto. Eu até nem queria, porque já não é propriamente a época deles, mas eles insistem. Vão saber que nem ginjas.
Só espero que as cordas da velhinha Wilson aguentem.

PS - Depois do ténis, há churrasco chez moi. Quem souber o caminho que apareça. Quem não souber que pergunte.