O princípio é basicamente o mesmo ao de qualquer tratamento químico. Todos sabemos que a maior parte dos medicamentos que tomamos são potencialmente perigosos para os nossos organismos. O segredo está em administrar doses suficientes fortes para matar a bicharada, mas não tão fortes que dêem cabo do bicho grande.
A ideia para a introdução deste novo tipo de armamento assomou-se quando estava a tomar o pequeno-almoço. Desprevenidamente liguei a televisão e quase sem dar por isso, arrepios percorriam todo o meu corpo em ondas de dor e suplício. Só então percebi que a televisão estava sintonizada na SIC, e que dos altifalantes emanavam os sons de uma conversa entre Fátima Lopes, Ana Malhoa e Cláudio Lopes. A reacção instintiva foi desligar o aparelho originador de tanta dor, mas após me recompor, verifiquei uma ligeira efervescência na garganta, indiciadora de que as colónias dos estreptococos também não tinham gostado nada da exposição a tal tipo de ambiente. Pensei: nem é tarde nem é cedo, chegou a altura do dia D desta guerra! A meio da manhã, depois de me ter enchido de coragem, sentei-me em frente à maior televisão que existe aqui em casa, coloquei o som bem alto, e desencadeei um zapping intensivo de modo a maximizar a exposição aos já citados Fátima Lopes, Cláudio Ramos e Ana Malhoa, mas também a Cinha Jardim, Maya, Lili Caneças, Goucha, Mickael Carreira entre outros. O resultado não poderia ter sido mais positivo. É certo que estou aqui todo abaladinho dos sentidos, mas sinto que abri brechas fundas nas hordas dos estreptococos. Penso que se deu o ponto de inversão na guerra que estou a travar, e a partir de agora resta-me manter a pressão sobre o inimigo debilitado para atingir a vitória final.
2 comentários:
A gripe afectou-te o cerebro e parece-me que anulou de vez a parca capacidade que existia nesses neurónios.
Chego à conclusão que neste país anda-se melhor assim: com o cérebro desligado. Mas acho que tu também já descortinaste isto, há muitos anos atrás. Penso eu de que...
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