sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

2ª Gala das Cramalheiras d'Oiro


2009 já lá vai e é por isso mais do que tempo de realizar a tradicional* cerimónia de entrega das Cramalheiras d’Oiro, prémios que, como todos sabem, distinguem os melhores concertos que esta alminha teve o prazer de assistir no ano que ainda há pouco findou.
(* - quem fizer questão de lembrar que esta é apenas a 2ª edição merece uma candidíase genital).

Como sempre, o critério para a atribuição dos prémios é só um: “Crama, rápido, sem pensar! Em dez segundos, quais foram os melhores concertos de 2009?”
Este ano, apesar da variedade de concertos assistidos e artistas escutados, a escolha foi bastante rápida, tendo sido apenas necessários dois segundos para fazer a minha selecção. Dois segundos para a escolha de dois vencedores destacados. Isto criou o problema: “Mas então o que faço ao resto das Cramalheiras que mandei fazer e que me custaram os olhos da cara?” Vai daí achei por bem premiar também algumas menções honrosas. Começando por estas:

O concerto vencedor do primeiro prémio da noite, seria à partida um vencedor absoluto natural, no entanto o concerto deste ano teve um pequeno grande defeito: não conseguiu apagar da memória, um outro (o primeiro em Portugal) ocorrido em 2007. Fora isso, não falhou nada. Nem sequer o contexto festivaleiro onde se realizou reduziu o valor da performance desta banda americana. São uns gajos que só sabem dar bons concertos. A tal ponto que chego a duvidar que tenham vida própria fora do palco - na minha ideia é ali que eles vivem, como uma família, numa estrutura cheia de colunas e luzes que lhes serve de casa e que corre mundo sem nunca ser desmontada. Falo como já perceberam do concerto da Dave Matthews Band no Optimus Alive 2009, que recebe a Cramalheira d’Oiro: “Estes gajos até debaixo de água dão bons concertos”.





O próximo prémio vai para aquela que foi para mim a grande revelação tuga 2009. Foi um concerto que me apanhou totalmente desprevenido, mesmo tendo visto um par de clipes no Youtube antes daquela actuação no Delta Tejo. Aos primeiros acordes e eu já perguntava para mim mesmo, totalmente embasbacado: mas o que é que é isto!? Isto, ou melhor, aquilo é Madragoa, Balcãs, Paris, África, Brasil, Jamaica, Espanha e alguma anglosaxofonia cozinhados com imaginação numa grande panela musical e servidos com humor e boa disposição na mais castiça tasca lisboeta.
Antes de atribuir o prémio porém, tenho de destacar o papel da colega SA (companhia neste concerto e que merece ela também uma Cramalheira Especial do Júri), que teve um papel decisivo na escolha da agenda que me levou àquela tenda e que foi responsável por me arrastar até às grades do palco, o que contribuiu de sobremaneira para um maior impacto da prestação da Miranda e seus rapazes.
Já nem preciso de abrir o envelope, pois toda a gente já sabe que a Cramalheira d’Oiro “Ó que concerto do catano!” vai para os Oquestrada no Delta Tejo 2009!!!





Continuando no domínio nacional, passamos agora para o primeiro grande prémio da noite, que só não é o vencedor absoluto porque o som que chegou às orelhinhas da assistência simplesmente não esteve à altura da solenidade do momento. Foi um concerto que já era um marco na história da música nacional, ainda antes de ser tocado o primeiro acorde… Preciso de dizer mais alguma coisa? Penso que não. José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto Bordalo Dias com o Três Cantos, no Campo Pequeno, são os vencedores da Cramalheira d’Oiro “Do alto deste palco, 40 anos de história da música vos contemplam.”





E finalmente o grande vencedor da noite. Não consigo explicar muito bem isto mas o que é certo é que desde finais de Maio que a conjugação de “concertos” + “2009” gera automaticamente na minha cabeça o nome deste artista, antes de qualquer outro. Foi um concerto que esteve para ser deixado de fora da agenda mas um repente, mesmo ao soar do gongo que anunciou o esgotar da lotação da sala, fez-me comprar o bilhetinho de acesso ao São Jorge. “¡Por Dios en hora buena!”
O vencedor do último prémio da noite vem dos States e é perseguido por duas palavras que o acompanham desde que se lançou a solo no mundo da música: violino e assobio. Já estão a ver quem é, não é? Mas referenciá-lo tão parcamente é uma injustiça. No mínimo impõe-se juntar também: voz, guitarra, piano, composição, talento, originalidade, simpatia… e isto só para começar.
Autor dos álbuns The Mysterious Production of Eggs (2005), Armchair Apocrypha (2007) e Noble Beast (2009) que se contam entre os mais ouvidos em 2009, senhoras e senhoras, o vencedor da grande Cramalheira d’Oiro “André filho, volta depressa que estamos com saudades tuas!” vai para Andrew Bird!!!





E pronto, para o ano há mais.
Vão para dentro que já é tarde e está um frio que não se aguenta.
Foi um prazer estar com vossas mercês.

3 comentários:

doce e bela disse...

Sei que não adora selos mas este tem de ser....para além de um blog 5 estrelas, musica é com ele logo....estou curiosa pela eleição de 5 músicas!!

Crama disse...

OK G. vou pensar nas músicas, que isto de serem só 5 torna a coisa bastante difícil.

doce e bela disse...

Imagino q sim;)