sábado, 7 de junho de 2008

Se os tarecos não vão à montanha...

A afirmação pode apanhar de surpresa alguns dos que me conhecem mas é um facto que não posso negar: Acredito piamente na existência, e na veracidade, de fenómenos paranormais. Apesar de céptico por natureza, tive de dar o braço a torcer, na medida em que só esta área obscura do conhecimento humano explica algo que me acontece sempre que entro numa loja FNAC.

Inexplicavelmente, mas invariavelmente, sempre que me desloco a lojas desta cadeia francesa, deparo-me com uma infinidade de objectos que me pertencem e cujo seu lugar é, ou melhor, devia ser no recesso do meu lar. Exemplos dessa lista que não tem fim: um livro do Umberto Eco, o CD dos Couple Coffee, a box dos Radiohead, a colecção em DVD dos filmes do Woody Allen, o Zeppelin da B&W, o novo MacBook da Apple, aquela objectiva macro da Canon, isto só para mencionar alguns dos objectos que fui encontrar na última visita que fiz, muito rapidamente, à FNAC do Alegro.

A princípio ainda cheguei a pensar que se tratava do trabalho de um ladrãozeco com alguma tara esquisita que, qual formiguinha diligente, se entretinha, noites a fio, a carregar os meus queridos pertences para aqueles antros do consumismo, mas depois de instalar um alarme XPTO em casa, fiquei mesmo convencido que tudo não passa de uma estranha migração Harrypotteriana, destinada a levar este muggle à loucura. Mais estranho ainda, é o processo pelo qual tenho de passar, sempre que quero reaver algumas das minhas coisinhas. Trata-se de um ritual verdadeiramente kafkiano que envolve uns papelinhos numerados de várias cores ou, em alternativa, uma ginástica esotérica que consiste num conjunto de movimentos complexos que culminam na passagem de um pedaço de plástico numa caixa mágica com uma ranhura, seguido da execução de uma curta peça para piano tocada num teclado esquisito.

Como sou um gajo prático, e farto que estou de remar contra a maré, decidi propor à administração da FNAC uma permuta imobiliária envolvendo a minha casa e uma das suas lojas. Aquilo é só construir uma cozinha (que pode muito bem ficar na zona das caixas), uma adega (que pode ficar na zona das reclamações), arranjar um cantinho para pôr um par de camas e ala com os Crama para uma FNAC perto de si. Case solved.

Portanto já sabem, se daqui por uns tempos passarem pelas bandas da… digamos… assim uma maneirinha… a FNAC – Chiado e sentirem um belo cheirinho a comida, sou eu que estou em casa a cozinhar. Nessa altura batam à porta, para além do petisco, tenho muito com que vos entreter.

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