Gostava de ter escrito este post. Não escrevi. Foi o Francisco Bairrão quem escreveu, n’ Os Putos. Foi ele também que amavelmente me deu autorização para reproduzir aqui o seu texto. E diz ele:
Uma praceta e uma rua não são a mesma coisa. A praceta convoca logo um ar de paz e tranquilidade que a mera rua por si só não consegue. Além disso a praceta é também um lugar que parece esconder os mais perigosos rufias, enquanto que uma rua é incaracterística. Creio que é também consensual que as pracetas são mais comuns nos subúrbios do que nas velhas cidades.
O que a praceta tem de especial é um certo espírito umbiguista. Para o bem e para o mal. Para o bem pois a malta da praceta cria laços muito mais profundos do que aqueles que moram em ruas. Para o mal porque a malta da praceta passa a encarar o mundo como - nós, os da praceta, e eles, o resto do mundo. Não é má estratégia para alguns anos de vida mas não resiste longamente no mundo real. No entanto, para aqueles que sobrevivem à transição o passado de praceta é um recurso inestimável. Uma vida formada e desenvolvida na praceta prepara um gajo para a selva do dia-a-dia. A malta da praceta é dura, é rija. Mesmo quando se tornam em intelectuais ou assim.”
Obrigado Francisco. Saudações praceteiras.
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