A Reiko sorriu também, com o cigarro na boca. – És, no entanto, uma pessoa bondosa. Nota-se pelo teu aspecto. Consigo observar esse tipo de coisas depois de sete anos a observar pessoas que entram e saem daqui: há pessoas que conseguem abrir o coração e outras não. Tu és uma das que consegue. Ou, mais precisamente, consegues se o desejares.
– O que acontece quando as pessoas abrem o coração?
Enclavinhou as mãos sobre a mesa, com o cigarro pendurado dos lábios. Ela estava a apreciar a conversa. – Melhoram – respondeu. Tombou cinza sobre a mesa, mas aparentemente não se apercebeu.
Haruki Murakami, Norwegian Wood
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