Hoje, ao apanhar o comboio de regresso a casa, na Gare do Oriente, deparo-me com a entrada na estação de uma UQE da série 2400, em vez da habitual UME da série 3500. Para os leigos na matéria a diferença, para o utente, reside essencialmente em metade do número de lugares disponíveis e um conforto bem menor por se tratar de material mais antigo e mais ruidoso. O resultado prático foi que, perante metade da viagem feita de pé, começo a ponderar, caso esta situação se mantenha, ou alterar o meu horário de trabalho, ou começar a utilizar o transporte individual.
A este propósito, não pude deixar de me lembrar da justificação dada ontem por Fernando Pinto, para justificar o regresso aos lucros da TAP, nomeadamente: aumento da oferta, acompanhada de redução de custos. Não foi mencionado (pelo menos na peça que passou na televisão) mas estes dois esforços foram ainda acompanhados de um outro que passou pela aquisição de novos aviões de forma a dotar a companhia aérea de uma frota moderna, confortável e económica.
Agora pergunto eu: quando é que a CP deixa de reduzir a oferta, quando se depara com a redução da procura? É que já nem é preciso ir ao estrangeiro para constatar que essa é uma política em espiral para o abismo.
E já agora, pergunto também: quando é que os nossos governos deixam de ver as administrações das empresas do sector ferroviário como uma estância de turismo para os amigos chegados, e nomeiam para os cargos de gestão de topo, pessoas com competência reconhecida na administração deste tipo de infraestrutura?
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