quarta-feira, 7 de março de 2007

Regina Spektor @ Le Trabendo

Faz hoje uma semana, que esta alminha mais a Mrs. Crama, depois de terem palmilhado 10km, foram-se plantar, às 19:00 horas, em frente à porta do Le Trabendo, o qual só abriria para lá das 20:00. Objectivo: assistir ao concerto de Miss Regina Spektor. À nossa frente cerca de 20 pessoas. Atrás de nós, e no espaço de meia hora, mais de duzentas, apesar do vento e de uma chuvinha miudinha que felizmente foi de pouca monta.
A recompensa foi um lugar sentado no palco para a Mrs. Crama, e o melhor lugar de pé para mim, também praticamente no palco.
O Le Trabendo é um recinto semelhante ao nosso Santiago Alquimista, mas em versão triangular e desenvolvido num só piso, apesar de haverem vários desníveis no pavimento. A sua capacidade é de cerca de 600 pessoas, que seria o número de espectadores nessa noite.
A primeira parte foi assegurada por um artista de Seattle, Jason Webley de seu nome. Busker muito comunicativo e divertido pôs desde logo a assistência muito bem disposta.
Ponto alto da actuação, a música “The Drinking Song”, onde conseguiu a proeza de pôr várias dezenas de franceses, e este tuga também, a fazerem figuras tristes. Fica aqui um vídeo e o refrão.

If the glass is full
drink up, drink up
this may be the last time we see this cup.
If God wanted us sober
he'd knock the glass over
so while it is full
we drink up.

Depois do Jason, veio o Jack Dishel, ex-guitarrista dos The Moldy Peaches e actualmente vocalista dos Only Son. Esteve também muito bem, se bem que numa toada menos extrovertida do que o Jason (também era difícil ser mais), mas ainda assim simpática. Cantou e tocou guitarra acústica, com um i-pod a fornecer o som da banda, pois a vida custa a todos.
A set list foi essencialmente a do álbum de estreia Drop to the Top.
Para quem quiser conhecer um pouco este rapaz têm aqui o videoclip de My Museum.

Por fim, o momento que todos aguardavam. A passagem da Miss Regina da plateia para o palco. Sim é isso mesmo. Enquanto actuaram o Jason e o Jack, a menina de 27 anos, russa de nascença e nova iorquina de criação, andou pela plateia a curtir o som dos amigos.
A primeira música, cantada a cappella, mostrou logo que as capacidades de vocalização que se ouvem nos discos não são obra de processos de mistura engenhosos. É tudo puro talento.
Com um sorriso de menina envergonhada e com um decote estonteante, não consegue esconder no palco uma simpatia genuína, mesmo quando pede aos presentes para não tirarem fotografias durante a parte acústica do concerto.
Já sentada ao piano, percorre essencialmente parte do álbum Soviet Kitch. Destaque para Poor Little Rich Boy em que além de tocar piano, executa a percursão numa cadeira colocada ao lado, e para That Time onde trocou o piano por uma guitarra. Depois, sai do palco para regressar com a banda. Bateria, baixo e guitarra. O nome dos músicos (ainda) não consegui descobrir. On the Radio, Après moi, Carbon Monoxide, Fidelity, Your Honor são então entoadas com o poder de um som cheio e equilibrado.
Novamente a solo canta mais algumas músicas, regressando então outra vez com a banda para um final assegurado por Love You're A Whore e Hotel Song. Só faltou mesmo, e esse foi quanto a mim o único defeito do concerto, ela cantar o Ne Me Quite Pas. Teria sido um final perfeito.
Para resumir fica aqui a set-list de que me consigo lembrar. Não garanto que esteja totalmente certa, pois esta cabeça já não é o que era.
Ain't No Cover / Summer In The City / Baby Jesus / The Flowers / Human Of The Year / Poor Little Rich Boy / Bobbing For Apples / That Time / On The Radio / Sailor Song / Apres Moi / Better / Carbon Monoxide / Fidelity / Your Honour / Field Below / Us / Samson / Love You're A Whore / Hotel Song
Ficam também alguns vídeos do concerto.
Better
Your Honor
Hotel Song

A terminar a noite ainda deu para conversar um pouco com o Jason e o Jack.
Fiquei de ir ver o Jason no dia seguinte ao L´Ermitage, promessa que infelizmente não cumpri. Ao Jack comprei o CD de estreia dos Only Son, que ele teve a amabilidade de autografar e de ainda me oferecer um pin da banda.
Ainda pensei em ficar à espera da Regina, mas as minhas perninhas, depois de 5 horas de pé, já não aguentavam mais, e o metro que me levaria de volta estava quase a fechar, mas de qualquer maneira foi uma noite muito bem passada.

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